As 50 Mulheres Mais Influentes de Portugal: quem são e o que fazem
10-04-2025
Saiba quem são e o que fazem as 50 mulheres mais influentes de Portugal.
Estas mulheres são role models num mundo em mudança, mas que precisa de mudar (ainda) mais rápido. Se não houver uma aceleração da paridade das mulheres na gestão de topo, esta não será alcançada até 2053, refere o estudo Grant Thornton Women in Business de 2024.
1 – Cláudia Azevedo, 55 anos, CEO da Sonae SGPS e presidente da Sonae MC e da Sonae Sierra, e administradora da Sonae Indústria, Sonae Capital, Nos, Público e da “holding” familiar Efanor.
“2024 foi um ano memorável para a Sonae”, considerou Cláudia Azevedo num ano em que o grupo que lidera registou uma subida das vendas de 18%, para atingir os 9,9 mil milhões de euros de volume de negócios. Este crescimento, segundo a empresa, foi possível pelo “desempenho robusto dos nossos principais negócios, bem como por movimentos estratégicos no portfólio, nomeadamente as aquisições da Musti e da Druni”. Através da Efanor, a família Azevedo (Maria Margarida e os filhos Nuno, Paulo e Cláudia) controla 53,01% da Sonae, que detém 100% da Sonae Capital e 50% da Sonae Arauco. Este ano, na apresentação das contas do Grupo Sonae, Cláudia Azevedo decidiu aconselhar os políticos e considerou que as eleições eram um “tempo perdido”, e que “os políticos têm de se focar nas pessoas e governar para as pessoas e garantir estabilidade”. “Temos desafios muito importantes em Portugal, como a reforma da justiça, da saúde, da educação e não me parece que este ano tenha contribuído para isso”, disse. Licenciada em Gestão de Empresas pela Universidade Católica e MBA pelo INSEAD, está no grupo Sonae desde 1992.
2 – Joana Vasconcelos, 53 anos, artista plástica.
Felipe VI de Espanha fez uma visita guiada por Joana Vasconcelos à sua exposição no Palácio de Liria, em Madrid, em que esteve presente o próprio duque de Alba, Carlos Fitz-James Stuart, proprietário do palácio que recebe Flamboyant, como se intitula a mostra de 50 obras da artista portuguesa, que fica patente até 31 de julho. É a primeira vez que o Palácio de Liria recebe uma exposição de arte contemporânea, que abre ao público muitas salas nunca antes visitadas, sobretudo porque a propriedade continua a ser habitada.A sua veia artística manifestou-se quando decidiu ter um ateliê. “A minha mãe tirou decoração na Fundação Ricardo Espírito Santo, o meu pai era fotógrafo e a minha avó era pintora. Tudo isso criou uma espécie de continuidade em que, quando comecei a fazer estas coisas, ninguém achou nem esquisito, nem estranho, nem perigoso”, explicou Joana Vasconcelos numa entrevista ao Público.
3 – Maria João Pires, 80 anos, pianista.
Em setembro de 2024, foi distinguida, na área da música, com o Praemium Imperiale, um prémio internacional atribuído pela Associação de Arte do Japão. O Praemium Imperiale reconhece anualmente o contributo internacional de cinco personalidades nas artes e na cultura e, na 35.ª edição, uma das artistas premiadas é a pianista portuguesa. Na sua viagem pessoal, Maria João Pires já viveu em vários países: Alemanha, Brasil ou Suíça, até decidir voltar a Portugal. Neste regresso, foi agraciada em 2019 com a Medalha de Mérito Cultural e a Grã-Cruz da Ordem do Infante. Esteve em 2 de março de 2025 no ciclo Grandes Intérpretes, organizado na Sala Sinfónica do Auditório Nacional de Música. Tem atuado em palcos de todo o mundo como solista e acompanhada pelas mais importantes orquestras, como a Berliner Philharmoniker, a Boston Symphony Orchestra, a Royal Concertgebouw Orchestra, a London Philharmonic, a Orchestre de Paris e a Wiener Philharmoniker.
4. Paula Amorim, 54 anos, presidente da Galp Energia e da Amorim Luxury.
Filha de Américo Amorim (1934-2017), lançou as raízes da sua Amorim Luxury com a aquisição em 2005 da Fashion Clinic e, pouco depois, das lojas Gucci, que a partir de 2012 passou a contar com Miguel Guedes de Sousa, seu marido, que lançou os restaurantes de luxo e os hotéis sob a marca JNcQUOI. Desde o ano passado, o seu foco passou a ser também Madrid, com a abertura de uma “pop-up” no El Corte Inglés da Rua Serrano, com a moda e a decoração da marca Paula, tendo sido capa da Hola Living com fotos feitas na Herdade do Peral que o pai comprou em 1989 a Jorge de Mello. Na Galp Energia tem havido rotação de CEO com Andy Brown, que durou cerca de dois anos, e depois Filipe Silva durante dois anos. Também na moda, viu sair Ricardo Preto, o responsável pela parte artística e criativa das lojas e coleções de roupa. O lado positivo é que está quase a inaugurar o JNcQUOI House, o primeiro hotel em plena Avenida da Liberdade, que ardeu há cerca de um ano e deverá também inaugurar o seu complexo de villas de luxo na Comporta. O Grupo Américo Amorim é detido hoje por Maria Fernanda Amorim e pelas filhas Marta Amorim Barroca de Oliveira, que lidera a holding do grupo, a Amorim Holding II, Paula Amorim, que preside à Galp Energia, e Luísa Amorim, que está à frente da Quinta Nova no Douro e é administradora na Corticeira Amorim.
5-Cristina Ferreira, 46 anos, apresentadora, administradora executiva da Media Capital Digital e diretora de entretenimento e ficção.
Em 2023, regressou aos programas da manhã na TVI, para onde voltara em julho de 2020, depois de romper com a SIC, que pediu uma indemnização de 20 milhões de euros pelo incumprimento de contrato. Em novembro de 2024, o Tribunal Judicial da Comarca de Lisboa Oeste decidiu executar bens da empresa Amor Ponto, da apresentadora e do pai, após a condenação pelo Tribunal de Sintra, em junho do mesmo ano, ao pagamento de mais de 3,5 milhões de euros à SIC. Mas em dezembro de 2024, Cristina Ferreira chega a acordo com a SIC e termina a guerra judicial. Nesse mês, foi publicado o último número da revista Cristina, que foi lançada em março de 2015, com o primeiro número a vender 100 mil exemplares. A apresentadora da TVI mostra-se empenhada em promover a plataforma de comércio eletrónico eusougira, onde tem o podcast “Mulheres com tomates”. Licenciou-se em História e foi professora no ensino secundário durante dois anos. Fez também os cursos de Ciências da Comunicação e de apresentação, na extinta Universidade Independente.
6. Mariza, 51 anos, cantora.
Nos espectáculos comemorativos dos 25 anos de carreira no Meo Arena em novembro e Super Bock Arena, no Porto, a 13 e 14 de dezembro. Mariza apresentou também o novo single “Casa”, que faz parte do próximo álbum da cantora, “Amor”, que será lançado este ano. Estreou-se com o álbum “Fado em mim”, em 2001, e, pouco depois, tornou-se uma das mais aplaudidas estrelas do circuito mundial da World Music, tendo editado mais sete trabalhos e passado pelos palcos mais emblemáticos em todo o mundo. Nos últimos meses, esteve em digressão pela América do Norte e pela China, mas também em Paris com dois concertos no Théâtre du Châtelet, uma das salas mais prestigiadas da Europa, que foram tão bem-sucedidos que regressará em 24 de janeiro de 2026, numa tour mundial que prossegue. Lançou ainda a sua marca de perfume MZ by Mariza, com uma coleção exclusiva, limitada e numerada de três fragrâncias.
7 – Joana Marques, 38 anos, humorista e guionista.
É uma das apresentadoras do programa As Três da Manhã, da Rádio Renascença, com Ana Galvão e Inês Lopes Gonçalves, e guionista do programa de Ricardo Araújo Pereira, “Isto é gozar com quem trabalha”. O podcast Extremamente Desagradável foi o mais descarregado e ouvido em 2024, tal como fora em 2023. A peça “Desconfia”, esgotou várias sessões em teatros por todo o país, tornou-se um marco na carreira da humorista, consolidando-a como uma das figuras mais influentes no panorama humorístico nacional. Estudou Ciências da Comunicação na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Em 2007, começou a trabalhar como guionista e, em 2012, criou e apresentou o programa Altos e Baixos, do Canal Q, canal por cabo das Produções Fictícias, junto com Daniel Leitão, seu atual marido, que teve cinco temporadas. O duo musical, Anjos, colocou um processo judicial por danos patrimoniais no valor de um milhão de euros por uma piada de Joana Marques no seu Instagram.
8. Maria Manuel Mota, 53 anos, diretora do Instituto Gulbenkian de Medicina Molecular.
Licenciou-se em Biologia e doutorou-se em Parasitologia Molecular pela University College London (Reino Unido) com trabalho realizado no National Institute for Medical Research e, entre 1999 e 2001, desenvolveu investigação como pós-doutoranda no Laboratório da New York University Medical School, onde lecionou. Regressou a Portugal em 2002, passou pelo Instituto Gulbenkian de Ciência e, em 2005, passou a estar à frente da Unidade de Malária do Instituto de Medicina Molecular (iMM), e mais tarde foi diretora executiva do iMM e assumiu a liderança da fusão do Instituto Gulbenkian de Ciência e do Instituto de Medicina Molecular João Lobo Antunes, do qual nasceu o Instituto Gulbenkian de Medicina Molecular, que utiliza as iniciais em inglês GIMM como marca. Conta com 550 investigadores de 40 nacionalidades e pretende tornar-se uma referência a nível mundial na área das ciências da vida e das ciências biomédicas e quer revolucionar o tratamento de doenças como o cancro. A ambição é tornar o GIMM um dos dez maiores institutos de biomedicina e de ciências da vida da Europa, com um plano de investimento de 200 milhões de euros nos próximos dez anos.
9. Leonor Beleza, presidente da Fundação Champalimaud e membro do Conselho de Estado.
Preside à Fundação Champalimaud desde 2004, por escolha do fundador António Champalimaud, e durante o último ano foi apontada como potencial candidata à Presidência da República nas eleições presidenciais em 2025, mas a fundadora do PSD recusou liminarmente. É licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, onde foi professora assistente e foi a segunda mulher em Portugal a assumir o cargo de ministra, liderando a pasta da Saúde nos governos de Cavaco Silva (1985-1990), depois de ter sido secretária de Estado da Segurança Social (1983-1985) e da Presidência do Conselho de Ministros (1982-1983). Foi fundadora do PSD, foi deputada, vice-presidente da Assembleia da República e é membro do Conselho de Estado. Esteve na fundação da Comissão da Condição Feminina, hoje Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género.
10. Isabel Vaz, 59 anos, CEO da Luz Saúde.
É licenciada em Engenharia Química pelo Instituto Superior Técnico e tem um MBA pela Universidade Nova de Lisboa. Após a licenciatura, iniciou a sua vida profissional como investigadora no Instituto de Biologia Experimental e Tecnológica (IBET). Foi engenheira de projeto fabril no Grupo Atral Cipan. Em 1992, ingressou na McKinsey, empresa de consultoria estratégica de alta direção, onde foi senior consultant durante sete anos. Desde 1999, é presidente da Comissão Executiva do Grupo Luz Saúde. A Fidelidade esteve quase a colocar a Luz Saúde na Bolsa em abril de 2024, mas as condições de mercado não permitiram que a empresa de saúde regressasse à Bolsa. A oferta pública inicial (IPO, na sigla inglesa) caiu por terra, mas não está completamente fora dos planos. Só acontecerá, contudo, se não for possível encontrar um parceiro estratégico para a gestora hospitalar do país. A Luz Saúde tem 14 hospitais, 15 clínicas, uma residência sénior, um hospital universitário em parceria com a Universidade Católica. Isabel Vaz salienta que os ciclos de inovação são cada vez mais rápidos, o que obriga a investimentos elevados, que uma escala maior facilita. A gestora admite que a Luz Saúde poderia fazer parte de um processo de consolidação com um grande grupo do setor, desde que se pudessem garantir condições de concorrência. “Com o grande investimento que todos temos que fazer em tecnologia, nomeadamente em dados e tratamento de dados, nós precisávamos de ser maiores para podermos investir”, justifica.
11. Clara Raposo, vice-governadora do Banco de Portugal.
Licenciou-se em Economia pela Nova School of Business & Economics, fez o mestrado em Economia pelo Queen Mary & Westfield College e doutorou-se em Finanças pela London Business School. Fez grande parte da sua carreira na investigação teórica e no ensino universitário na área de Finanças na Nova SBE, onde deu os primeiros passos como professora assistente. Seguiu-se o doutoramento na London Business School, e, depois, a contratação para professora na Universidade Oxford, tendo lecionado na Said Business School. Regressou a Portugal, tendo lecionado como professora auxiliar no ISCTE e, depois, como professora catedrática no ISEG. Chegou à gestão prática quando se tornou presidente do ISEG entre 2018 e 2022, ano em que foi nomeada vice-governadora do Banco de Portugal. Antes de chegar a vice-governadora do Banco de Portugal, foi chairwoman da Greenvolt, administradora não executiva da Nos, membro da direção do IPCG – Instituto Português de Corporate Governance e chegou a ser indigitada para a administração do Millennium BCP.
12 – Rita Júdice, 51 anos, ministra da Justiça.
Foi eleita deputada à Assembleia da República em 2024 pelo círculo eleitoral de Coimbra. É ministra da Justiça desde 2024, no XXIV Governo Constitucional, liderado por Luís Montenegro. Advogada, é licenciada em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa – Escola de Lisboa (1997). De 2013 a 2023, foi sócia da sociedade de advogados PLMJ, de que o seu pai, José Miguel Júdice, foi um dos fundadores. Nesta sociedade, foi co-coordenadora da área de Imobiliário e Turismo. Possui mais de 25 anos de experiência como advogada na área do direito imobiliário. É membro da Comissão Executiva da Urban Land Institute (ULI) Portugal e associada da Women in Real Estate (WIRE Portugal).
13 – Ana Paula Martins, 58 anos, ministra da Saúde. É licenciada em ciências farmacêuticas pela Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa em 1990 e fez o doutoramento em Farmácia Clínica na Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa em maio de 2005. Entre 1989 e 1992, foi secretária geral da Ordem dos Farmacêuticos. Durante mais de 20 anos, foi professora auxiliar da Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, exerceu o cargo de diretora de “External Affairs e Market Access” da MSD Portugal entre 2006-2014 e também dirigiu o Centro de Estudos de Farmacoepidemiologia da Associação Nacional de Farmácia entre 1994 e 2006. Entre 2016 e o início de 2022, exerceu o cargo de Bastonária da Ordem dos Farmacêuticos. Entre dezembro de 2022 e janeiro de 2024, foi diretora do Hospital de Santa Maria, em Lisboa. Desde dezembro de 2021 até maio de 2022, foi vice-presidente do PSD durante o consulado de Rui Rio.
14. Isabel Furtado, CEO da TMG Automotive e presidente da Fundação Casa da Música. Isabel Furtado licenciou-se em Economia pela Universidade de Manchester, com especialização em Tecnologia Têxtil. No Verão Quente de 1975, com a ocupação da Têxtil Manuel Gonçalves, a mãe, Maria Helena Gonçalves, foi para o Canadá, fixando-se durante três anos no Canadá. Depois, Isabel estudou na Inglaterra. Entrou para o grupo TMG em 1985 e, em 2005, tornou-se administradora da TMG Automative. A empresa, liderada por Isabel Furtado desde outubro de 2008, fabrica material têxtil e revestimentos para o interior de automóveis de cerca de 23 marcas, onde se encontram as mais conhecidas como BMW, Mercedes, Porsche e Toyota. Toda a produção da TMG Automotive é exportada, sobretudo para dentro da Europa. Durante quatro anos, foi presidente da direção da COTEC Portugal, entre 2018 e 2022. Atualmente, é presidente da Fundação Casa da Música no Porto. A TMG Automotive avançou com a construção de raiz de uma fábrica nos EUA, através de uma joint-venture com a The Haartz Corporation, com quem tem uma parceria para uma fábrica na China, na cidade portuária de Ningbo.
15. Júlia Pinheiro, 62 anos, apresentadora de televisão. Fez a licenciatura em Línguas e Literaturas Modernas e, posteriormente, completou uma pós-graduação em Comunicação Social na Universidade Católica Portuguesa e, em 1981, entrou como estagiária para a RDP, onde esteve dois anos e fez um programa na RTP. Em 1984, passou para a Rádio Renascença e, em 1992, ajudou a fundar a SIC. Em 2002, com a mudança de Emídio Rangel para a RTP, regressou à televisão pública portuguesa e, no ano seguinte, passou para a TVI, onde chegou a subdiretora de Programação. Em 2011, regressou à SIC, onde teve lugares de apresentação e de direção e onde atualmente apresenta “Júlia” de segunda a sexta, na SIC. Numa recente reflexão, Júlia Pinheiro referiu que a nova geração de apresentadores tem pouca cultura e uma comunicação bastante básica, chegando a classificá-la como má: “Não têm cultura nenhuma, nem a mais simples, têm poucos recursos e a comunicação que fazem é muito básica, é assética e, muitas vezes, tecnicamente muito má”.
16. Ana Figueiredo, 50 anos, presidente e CEO da Altice Portugal/MEO. “A liderança, em si, não é um lugar de solidão, mas as decisões difíceis tomam-se em solidão”, recordava Ana Figueiredo, que conseguiu superar a crise reputacional que se desencadeou em julho de 2023 com as ações policiais e judiciais a Armando Pereira, um dos fundadores do grupo Altice e antigo administrador em Portugal, e antigos administradores da empresa. chairwoman. É CEO da Altice Portugal e do MEO desde abril de 2022, que passou a acumular com o cargo de chair em julho de 2023. É licenciada em Gestão pelo Instituto Superior de Economia e Gestão e possui um MBA pela Universidade Católica e Nova Business School. Iniciou a carreira profissional no departamento de auditoria da Galp, seguiu-se a Ernst & Young, na área de auditoria e consultoria financeira. Entrou para o grupo PT em 2003. Em 2016, foi escolhida como chief audit executive do grupo Altice na Suíça, supervisionando as operações em França, Estados Unidos, Israel, Portugal e República Dominicana. Neste país, chegou a CEO entre 2018 e 2022.
17. Isabel Capeloa Gil, 59 anos, reitora da Universidade Católica. Em setembro de 2016, tornou-se, por proposta de D. Manuel Clemente, então Patriarca de Lisboa, nomeou a segunda mulher a ser reitora da Universidade Católica Portuguesa, e tomou posse a 28 de outubro de 2016, sucedendo a Maria da Glória Garcia. Em novembro de 2024, tomou posse para o terceiro mandato à frente da Universidade Católica, que, em comunicado, refere que a reitora “foi responsável pela inauguração da primeira Faculdade de Medicina privada em Portugal, e pelo desenvolvimento do projeto do novo Campus Veritati da UCP, verdadeiramente transformador para o país, com arranque de construção em 2025”. É consultora do Papa Francisco para a Educação, administradora não executiva da Fundação Calouste Gulbenkian e preside ao conselho de curadores da nova empresa pública, Museus e Monumentos de Portugal. Licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa e fez o mestrado em Estudos Alemães. Estudou na Ludwig Maximilian Universität, em Munique, e na Universidade de Chicago, doutorando-se em Estudos Alemães na Faculdade de Ciências Humanas da Universidade Católica Portuguesa de Lisboa. Em 2005, chegou a diretora da Faculdade de Ciências Humanas e, entre 2012 e 2016, tornou-se vice-reitora da Universidade Católica Portuguesa de Lisboa.
18. Lídia Jorge, 78 anos, escritora.
O romance “Misericórdia”, publicado em França pela Métailié, valeu-lhe o prémio de melhor livro estrangeiro, o prémio Médicis (ex-aequo). É a primeira vez que a distinção recaiu sobre um autor de língua portuguesa. Este prémio foi como um renascimento literário da autora que publicou o primeiro livro em 1980, “O Dia dos Prodígios”. Recebeu também a insígnia de Comendador das Artes e das Letras, a mais alta distinção atribuída pelo Ministério da Cultura francês. Em março e abril deste ano, Lídia Jorge esteve na Alemanha a promover a tradução de “Misericórdia”. É licenciada em Filologia Românica, foi professora liceal em Lisboa, Angola e Moçambique – durante a guerra colonial, experiência que se plasmou no livro A Costa dos Murmúrios de 1988, um dos seus doze romances. É conselheira de Estado nomeada pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, foi professora convidada da Faculdade de Letras de Lisboa e membro da Alta Autoridade para a Comunicação Social, entre 1990 e 1994.
19. Maria João Carioca, 53 anos, Co-CEO da Galp Energia.
No início de janeiro de 2025, Maria João Carioca, que é CFO da Galp Energia, passou de forma interina a Co-CEO da empresa ao lado de João Diogo da Silva, depois de Filipe Silva ter pedido a demissão. “A antiguidade profissional e a sólida perspicácia financeira de Maria João Carioca, aliada à experiência de João Diogo Silva e à sua profunda integração na nossa cultura empresarial e décadas de serviço, criam uma liderança equilibrada e poderosa. Estou confiante de que esta co-liderança impulsionará a nossa empresa, mantendo ao mesmo tempo uma estratégia bem definida”, escreveu Paula Amorim, chairman da Galp Energia. O seu currículo como gestora tem muitos cargos e ocupações de um caminho que começou em 1993 pela McKinsey, onde esteve dez anos. Em 2013, entrou como executiva para a administração da Caixa Geral de Depósitos. Em 2016, tornou-se a primeira mulher a liderar a Bolsa de Lisboa como presidente do Conselho de Administração da Euronext Lisboa, da Interbolsa e da Euronext Technologies, onde esteve até 2017, quando regressou como administradora executiva à Caixa Geral de Depósitos, onde em 2021 assumiu as funções de CFO, mas em 2023 transitou para a Galp Energia. Licenciou-se em Economia pela Nova SBE e fez um MBA pelo INSEAD.
20. Isabel Jonet, presidente do Banco Alimentar Contra a Fome de Lisboa, da Federação Portuguesa dos Bancos Alimentares Contra a Fome e da Entrajuda. Licenciada em Economia pela Universidade Católica Portuguesa, entrou em março de 1983 para a Sociedade Portuguesa de Seguros e em 1986 rumou a Bruxelas, para integrar a Assurances Général de France, durante um ano e meio, a que se seguiu o Comité Económico e Social das Comunidades Europeias, até julho de 1993. Lidera o Banco Alimentar há 31 anos e, numa recente entrevista, referiu que “a nossa taxa de sucesso total era quando pudéssemos encerrar o Banco Alimentar, porque não haveria pessoas a precisar de ajuda”. Em 2004, foi uma das fundadoras do A Entrajuda, que pretende melhorar a gestão e a organização das instituições de solidariedade social. Participa na Comissão de Responsabilidade Social do BPI, no Conselho Estratégico da Missão Continente e no Conselho Superior da Universidade Católica.
21. Daniela Braga, 45 anos, CEO da Defined.ai.
Licenciou-se em Estudos Portugueses e Literaturas Modernas pela Faculdade de Letras (FLUP), mas conseguiu uma bolsa na Faculdade de Engenharia para investigar a interseção entre a linguística e a engenharia, que lhe mudaria a vida. Doutorou-se em Linguística e Engenharia, uma parceria entre as universidades da Corunha, do Minho e Federal do Rio de Janeiro. Em 2006, ingressou na Microsoft, onde trabalhou na área de voz e texto, primeiro em Portugal, depois nos EUA e na China. Em 2015, Daniela Braga saiu da Microsoft e, depois de uma curta passagem pela VoiceBox, criou a DefinedCrowd, hoje Defined.ai, plataforma inteligente de dados para Inteligência Artificial e Machine Learning. Recentemente confessou que era uma grande defensora do desenvolvimento de uma agência nacional de inteligência artificial em Portugal. “Acho que temos talento e condições para desenvolver tecnologia de base.”
22. Ana Moura, 45 anos, cantora.
Cantava numa banda de covers, “Sexto Sentido”, que iniciou as gravações de um disco pop/rock, mas acabou por não ser publicado. Depois de a ouvir cantar um fado num bar, o guitarrista António Parreira leva-a a cantar em casas de fado e Ana Moura acaba por enlevar Maria da Fé, que era a co-proprietária da casa de fados Senhor Vinho, que a convida para cantar na sua casa. Em 2003, grava o álbum de estreia “Guarda-me a Vida na Mão”, produzido por Jorge Fernando, e, em fevereiro de 2005, atua no Carnegie Hall, em Nova Iorque. Cantou com Prince e Mick Jagger e os Rolling Stones e o álbum “Desfado”, de Ana Moura, foi considerado pelo Sunday Times, do Reino Unido, como o melhor álbum de 2013 na área da world music. Numa entrevista ao El País, em novembro de 2024, dizia que eram “tempos assustadores para quem quer ser livre”. Como se escrevia no jornal espanhol, “a cantora portuguesa, que modernizou o fado, desafiou a recusa do público conservador ao seu novo rumo artístico, mais urbano e sensual”. Esta transformação de Ana Moura iniciou-se em 2021, depois da morte do irmão num acidente, tendo cortado com a sua editora multinacional, Universal Music, e iniciado um percurso musical que ultrapassa as fronteiras do fado: “não somos só uma coisa, nem estamos feitos de uma só matéria, nem somos apenas uma coisa a vida inteira”. Mas, adianta que “é fadista e é uma condição para o resto da minha vida, cante em inglês ou em grego. Há uma alma fadista dentro de mim que está presente em tudo o que faço.”
23 – Roberta Medina, 46 anos, empresária e organizadora do Rock in Rio.
Nasceu no Rio de Janeiro e é licenciada em Comunicação Social, é presidente da Dream Factory e vice-presidente da empresa ligada ao Rock in Rio, Better World. O Rock in Rio foi criado em 1985. Em Portugal, foram realizadas, até hoje, 10 edições e dos 44 dias de festival, passaram por Lisboa mais de 3 milhões de pessoas e mais de 1100 atrações musicais. É filha de Roberto Medina, o criador do Rock in Rio, e é responsável pela realização do Rock in Rio em Lisboa e em Madrid. Um estudo de impacto económico da Nova SBE sobre a última edição de 2024 do festival de música, que decorreu em junho, em Lisboa, aponta para 11,8 milhões de euros em receita fiscal e na criação do equivalente a 2204 empregos a tempo completo. O Rock in Rio Lisboa, que juntou mais de 300 mil pessoas ao longo de quatro dias, em junho do ano passado no Parque Tejo, teve um impacto equivalente a 120 milhões de euros na economia nacional.
24 – Sandra Felgueiras, 48 anos, jornalista da TVI
Em novembro de 2021, trocou a informação da RTP, onde estava desde 2000 e coordenava o programa Sexta às 9 desde 2012, pela Cofina, hoje Medialivre, para assumir em janeiro de 2022 a direção da revista Sábado e a apresentação do programa Investigação Sábado na CMTV. Oito meses depois, saiu para a TVI e interpôs uma ação contra a Cofina no Tribunal do Trabalho, exigindo 90 mil euros de indemnização, que perdeu em primeira instância. Sandra Felgueiras nasceu no Porto, em março de 1977. Fez Ciências da Comunicação na Universidade Nova de Lisboa, passou pelas redações do Expresso e da SIC e antes tinha trabalhado numa televisão espanhola – Barcelona Television.
25 – Maria da Graça Carvalho, 70 anos, ministra do Ambiente e Energia
A importância da transição energética e das alterações climáticas tem sido desafiada por uma crescente onda de críticas e de contestação, que colocam em causa muitos dos objetivos europeus de neutralidade carbónica. Este contexto tem desafiado a sua gestão e a sua experiência governamental, curtidas como ministra da Ciência e do Ensino Superior, entre 2003 e 2005, como conselheira de Durão Barroso na Comissão Europeia, entre 2006 e 2009, e como deputada ao Parlamento Europeu pelo Partido Social Democrata. É licenciada em Engenharia Mecânica pelo Instituto Superior Técnico da Universidade de Lisboa e doutorada pelo Imperial College of Science, Technology and Medicine, no Reino Unido.
26 – Maria do Rosário Palma Ramalho, 64 anos, ministra do Trabalho, Solidariedade e da Segurança Social
É professora catedrática na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Foi também coordenadora científica de diversos projectos internacionais, nas áreas do Direito do Trabalho e do Direito da Igualdade, e, nesse âmbito, consultora da Comissão Europeia, do Parlamento Europeu e da Organização Internacional do Trabalho. Licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa. É casada com António Ramalho, que foi CEO do Novobanco, e é a irmã mais velha da escritora Margarida Rebelo Pinto.
27 – Mariana Mortágua, 38 anos, coordenadora do Bloco de Esquerda
É licenciada e mestre em Economia, pelo ISCTE, e doutorada em Economia na School of Oriental and African Studies da Universidade de Londres. É militante do Bloco de Esquerda desde 2007 e chegou a deputada em 2013, tendo-se notabilizado durante o inquérito parlamentar à queda do BES. Em maio de 2021, Francisco Louçã disse, durante a XII Convenção do Bloco de Esquerda, que “quando a Mariana [Mortágua] for ministra das Finanças, o Estado não será um porquinho mealheiro para pagar aventuras como a do Novo Banco”. É filha de Camilo Mortágua, histórico ativista antisalazarista, revolucionário, membro fundador e operacional da LUAR, e irmã gémea da também dirigente e deputada do Bloco de Esquerda, Joana Mortágua.
28 – Sandra Maximiano, 48 anos, presidente da ANACOM
É professora associada de Economia, Instituto Superior de Economia e Gestão, ISEG, na área de economia pública e bem-estar, desde janeiro de 2018, escola onde se licenciou. É doutorada em Economia pela Universidade de Amsterdão e lidera a ANACOM desde 15 de dezembro de 2023. Passou por universidades como a Faculdade de Direito, Universidade de Coimbra, Universidade de Purdue, Universidade de Chicago, Universidade de São Diego, Nova School of Business and Economics, Universidade de Amsterdão, Faculdade de Ciências Económicas e Empresariais, da Universidade Católica Portuguesa.
29 – Margarida Corrêa de Aguiar, 60 anos, presidente da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF)
Licenciada em Gestão de Empresas pela Universidade Livre, fez a sua carreira como CEO da Sociedade Gestora do Fundo de Pensões do Banco de Portugal, que deixou para ser secretária de Estado da Segurança Social. Depois foi administradora da Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos, passou pela Brisa como administradora não executiva e foi consultora do Conselho de Administração do Banco de Portugal, até ser nomeada para a ASF a 17 de junho de 2019. Integra ainda o órgão superior de gestão do supervisor de seguros europeu EIOPA.
30 – Manuela Vaz (Soares), presidente da Accenture Portugal e membro do Comité Executivo da Accenture na Iberia
É a primeira mulher a presidir, desde outubro de 2023, à Accenture em Portugal, depois de ter sido vice-presidente da consultora, com a responsabilidade das indústrias de Retalho, Consumo e Transportes, áreas que lidera desde 2017, a par do escritório do Porto. A sua carreira profissional iniciou-se em 1994, quando entrou na Accenture como consultora para as indústrias de Retalho, Bens de consumo e Energia. Fez uma interrupção para se dedicar a um projecto pessoal e regressou em 2007. Licenciada em Engenharia de Sistemas e Informática pela Universidade do Minho, é membro do Conselho Geral desta instituição de ensino.
31 – Beatriz Rubio, 59 anos, CEO da Remax
É licenciada em Economia e Gestão de Empresas pela Universidade de Saragoza e tem um MBA pelo IESE. Começou a carreira na direção comercial da LOréal, em Espanha, em 1990. Em 1993, veio com o marido, Manuel Alvarez, para Portugal e assumiu a direção da divisão de perfumes selectivos na Parfum & Beauté. Em 1998, entrou para o Grupo Jerónimo Martins, onde assumiu a direção de compras da insígnia Recheio. Em 2000, o casal lançou a RE/MAX Portugal, e, em 2009, Beatriz Rubio tornou-se CEO da marca em Portugal, que é a principal de mediadores imobiliários no nosso país.
32- Elizabeth Rothfield, 61 anos, CEO e presidente do Conselho de Administração da Explorer Investments
Iniciou a sua carreira como corretora na Benito y Monjardín, em Madrid. Em seguida, trabalhou na Schroders, em Londres, onde dirigiu a equipa responsável pelo mercado espanhol. Em 1994, torna-se partner na Midas Investimentos, fundada por Rodrigo Guimarães (1962-2021). Em 2003, Rodrigo Guimarães e Elizabeth Rothfield criaram a Explorer Investments, hoje líder em Portugal como uma empresa independente de gestão de fundos de private equity. Atualmente, gere e assessora fundos com ativos líquidos na ordem de 1700 milhões de euros, divididos em duas áreas de negócio: private equity e turismo. É licenciada em História e Literatura Europeias pela Universidade de Edimburgo, Escócia.
33. Elvira Fortunato, professora catedrática da Faculdade de Ciências e Tecnologia da UNL
A Universidade Nova de Lisboa está na liderança do Laboratório Conjunto de Materiais Eletrónicos China-União Europeia, que vai nascer em Hefei, capital da província de Anhui, no leste da China, dedicado à eletrónica flexível, de aplicações biomédicas a células solares que podem ir para o espaço, áreas de eleição de Elvira Fortunato. Em março de 2025 a Bertand editou a sua biografia: Elvira Fortunato Uma vida de paixão pela ciência, escrita por Virgílio Azevedo. Elvira Fortunato foi ministra da Ciência e Ensino Superior entre Março de 2023 a 1 de abril de 2024. É licenciada em Física e Engenharia de Materiais e doutorada em Engenharia de Materiais: Microelectrónica e Optoelectrónica pela FCT/Universidade Nova de Lisboa, é professora catedrática no departamento de Ciência dos Materiais da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa, onde foi vice-reitora e coordenou a área de investigação entre 2017 e 2022. Era também diretora do Laboratório Associado Instituto de Nanomateriais, Nanofabricação e Nanomodelação.
34. Joana Carneiro, 48 anos, maestrina
Em fevereiro de 2024, foi designada membro do Conselho de Estado pelo Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa, em substituição de António Damásio, que renunciou ao cargo. Formou-se em Direção de Orquestra na Academia Nacional Superior de Orquestra. Concluiu o seu mestrado em Direção de Orquestra pela Universidade de Northwestern e prosseguiu estudos de Doutoramento na Universidade de Michigan. Joana Carneiro foi Maestrina Principal da Orquestra Sinfónica Portuguesa no Teatro São Carlos em Lisboa de 2014 até janeiro de 2022 e, mais recentemente, concluiu um mandato de quatro anos como Maestrina Convidada Principal da Real Filharmonía de Galicia. Entre os destaques da temporada sinfónica de 2024/25 estão as colaborações com a Filarmónica de Nápoles, a Orchestre Métropolitain de Montreal, a NAC Ottawa, a Sinfónica da Nova Zelândia, Orquestra de Macau, Sinfónica de Bilbau e Orquestra de Câmara Escocesa.
35 – Leonor Freitas, 73 anos, proprietária da Casa Ermelinda de Freitas
Fez a licenciatura em Serviço Social e trabalhou para o ministério da Saúde em Setúbal durante mais de 20 anos, na área da prevenção do alcoolismo, toxicodependência e educação para a saúde. No final da década de 90, a morte do pai levou-a a assumir a liderança da empresa vinícola da família, fundada por Leonilde Assunção, em 1920, e a que mais tarde Leonor Freitas deu o nome de Casa Ermelinda Freitas. Em 2009, recebeu a comenda da Ordem do Mérito Agrícola entregue pelo então Presidente da República Cavaco Silva, e venceu a primeira edição do Prémio Mulher Empresária atribuído pelo BPI, em 2018. Leonor Freitas está a passar o seu legado aos filhos, João, o responsável pela área informática, e Joana Freitas, a quem pertence cada vez mais a liderança da Casa Ermelinda Freitas, e que é licenciada em Gestão e com pós-graduações em Enologia e Marketing, e que teve sempre uma grande ligação à terra e que conheceu a avó Ermelinda Freitas e a bisavó Germana.
36 – Clara de Sousa, 57 anos, jornalista e apresentadora da SIC
Apresenta o noticiário Jornal da Noite, emitido pela estação televisiva portuguesa SIC. Além de José Alberto Carvalho, Clara de Sousa é a única jornalista portuguesa que já apresentou os noticiários nos três canais generalistas portugueses – a RTP 1, a SIC e a TVI. Frequentou o curso de Línguas e Literaturas Modernas na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Ainda era estudante universitária, em 1986, quando começou a trabalhar como locutora na Rádio Echo, mais tarde Rádio Clube da Parede, e na Rádio Marginal. A partir de 1992, quando obteve a carteira profissional, dedicou-se ao jornalismo, e, em 1993, Clara de Sousa foi a primeira pivô dos noticiários da TVI. Em 1996, mudou-se para a RTP, onde apresentou o Telejornal e se manteve até 2000, quando seguiu para a SIC, onde se mantém. Tem uma conta de Instagram dedicada à cozinha e ao bricolage e já publicou vários livros de receitas, tal como o site claradesousa.pt.
37- Patrícia Mamona, 35 anos, atleta de triplo salto do Sporting Clube de Portugal
Recentemente, foi escolhida para liderar a Missão Portuguesa nos Jogos Mundiais Universitários de Rhine-Ruhr 2025, de 16 a 27 de julho de 2025. Em novembro de 2023, Patrícia Mamona, atleta do Sporting, que foi vice-campeã olímpica do triplo salto em Tóquio 2020, regressou, após lesão, aos treinos com os olhos postos nos Jogos Olímpicos de Paris, em 2024, mas acabou por falhar a presença depois de ter sido operada ao joelho. Começou a fazer atletismo, na especialidade de triplo salto, na Juventude Operária de Monte Abraão (JOMA), entre 2002 e 2010, tendo pulverizado recordes, incluindo os juvenis em 100 metros barreiras e salto em comprimento. Em 2008, foi para a Universidade Clemson, na Carolina do Sul, estudar Ciências Médicas, passando a competir no circuito universitário americano e nas provas em Portugal. Em fins de 2010, tornou-se atleta do Sporting e pouco depois regressou a Portugal, onde conciliou o atletismo com um segundo curso, de Engenharia Biomédica. Tem feito campanhas publicitárias para a CGD, o Pingo Doce, Fitness Cereais, Multicare Vitality, marca de água Refix, Bettery.
38 – Paula Franco, 54 anos. Bastonária dos Contabilistas Certificados
É licenciada em Gestão de Empresas pela Universidade Autónoma de Lisboa e tem uma especialização em Fiscalidade pelo ISCTE. É contabilista certificada, consultora fiscal e CEO da PPFranco e CEV Fiscalidade. Foi assessora dos dois bastonários que a antecederam na Ordem dos Contabilistas Certificados, prestando apoio técnico no domínio da fiscalidade, contabilidade e segurança social. Em março de 2018, foi eleita para um primeiro mandato de quatro anos como bastonária da Ordem dos Contabilistas Certificados, tendo sido reeleita e tomado posse em dezembro de 2021 para um mandato até 2025.
39 – Maria Lúcia Amaral, 67 anos, provedora da Justiça
É jurista e professora catedrática da Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa e dedicou a sua vida académica ao estudo e ao ensino do Direito Público, e, em especial, ao estudo e ao ensino do Direito Constitucional. Foi membro do Tribunal Constitucional durante nove anos, entre abril de 2007 e julho de 2016, e sua vice-presidente entre outubro de 2012 e julho de 2016. A 2 de dezembro de 2021, tomou posse no Parlamento como Provedora de Justiça para um segundo mandato, que termina em 2025. Fora pela primeira vez eleita Provedora de Justiça pela Assembleia da República a 20 de outubro de 2017, tendo tomado posse do cargo a 2 de novembro do mesmo ano.
40 – Isabel Pires de Lima, 72 anos, presidente da Fundação de Serralves
Especialista em Eça de Queiroz, é professora catedrática emérita da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, especializada em Literatura Portuguesa. Licenciada em Filologia Românica pela Faculdade de Letras do Porto, doutorada em Literatura Portuguesa na Faculdade de Letras do Porto com a dissertação”Máscaras do Desengano – Para uma abordagem sociológica de Os Maias de Eça de Queirós”. É autora de cerca de 100 títulos publicados em revistas e jornais na área da crítica e dos estudos literários. Foi deputada pelo Partido Socialista e ministra da Cultura entre 2005 e 2008. Era vice-presidente da Fundação de Serralves, tendo, em dezembro de 2024, substituído Ana Pinho na liderança.
41 – Rita Pereira, 43 anos, atriz e apresentadora da TVI
Depois de ter protagonizado a novela “Quero é Viver”, que foi transmitida pela TVI de 3 de janeiro de 2022 a 18 de março de 2023, e voltado a ser Soraia Rochinha, a personagem que tornou conhecida na primeira série em 2005, na nova série “Morangos com Açúcar”, Rita Pereira vai regressar à ficção da TVI. Numa recente entrevista disse que o que tornava uma mulher empoderada era a liberdade que sentia em falar e “a vontade que eu tenho em empoderar outras mulheres”. Atualmente conta com 1,5 milhões de seguidores no Facebook, e 1,6 milhões de seguidores no Instagram.
42 – Ana Garcia Martins, 44 anos, influenciadora digital, escritora e cronista
A partir do blog A Pipoca Mais Doce, Ana Garcia Martins derivou para outras redes digitais como o Instagram ou o Facebook. Mas já fez stand-up comedy e apresentou programas de televisão. Participou como comentadora durante cinco edições do Big Brother, na TVI, e atualmente tem na SIC Mulher o programa Temos de Falar, com Bárbara Guimarães e Ana Galvão, e é uma das concorrentes residentes da nova edição do programa “Taskmaster” na RTP1. Junta ainda uma rubrica diária, “Ninguém POD comigo”, no programa Café da Manhã, na RFM. É licenciada em Ciências da Comunicação pela Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa. Tem três pós-graduações: Comunicação, Relações Públicas e Protocolo (em Madrid), Marketing Management (no ISEG) e Consultoria de Imagem (no ISLA).
43 – Nazaré Costa Cabral, 52 anos, presidente do Conselho Superior do Conselho de Finanças Públicas
É licenciada, mestra e doutora em Direito, pela Faculdade de Direito de Lisboa (FDL) da Universidade de Lisboa, e é licenciada em Economia, pela Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa, atual Nova SBE. Professora Associada com Agregação da Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, lecionou ainda em várias universidades portuguesas e estrangeiras, tendo uma forte atividade como investigadora. Preside, desde março de 2019, ao Conselho das Finanças Públicas. Desde junho de 2022, é membro correspondente nacional da Academia das Ciências de Lisboa (Classe de Letras, 6.ª secção – Economia e Finanças).
44 – Luísa Salgueiro, 57 anos, presidente da Câmara Municipal de Matosinhos e presidente da Associação Nacional dos Municípios Portugueses
É licenciada em Direito pela Universidade Católica do Porto. Exerceu advocacia e foi consultora jurídica da Câmara Municipal do Porto. Em 1997, foi eleita vereadora na Câmara Municipal de Matosinhos, onde esteve até 2009. Quatro anos antes, tinha sido eleita deputada e manteve-se até 2017. Neste ano, candidatou-se à Câmara Municipal de Matosinhos e venceu. Desde 2021, é presidente do Conselho Diretivo da Associação Nacional de Municípios Portugueses. Em novembro de 2010, Luísa Salgueiro tornou-se a primeira mulher a ter um cargo de direção da NATO, quando foi eleita vice-presidente da Comissão de Energia e Segurança Ambiental.
45 – Sandra Santos, CEO da Logoplaste
Foi CEO da BA Glass durante uma década, para onde entrou em 1999, vinda do BES, hoje novobanco, e integrou os conselhos de administração de empresas como a EDP, Navigator, BA Glass e o Titan Cement Group. Na BA Glass, “liderou com sucesso a transformação da empresa de player regional em líder global da indústria, triplicando as receitas e expandindo as operações na Europa e América do Norte”, assinala o comunicado da Logoplaste, que com cerca de 70 fábricas em 17 países, faturou cerca de mil milhões de euros em 2024 e, como empresa de raiz familiar, tem como acionistas de referência Filipe de Botton e Alexandre Relvas, e também o Ontario Teachers Pension Plan (OTPP), com 60% do capital. Fez Gestão na Faculdade de Economia do Porto e o MBA na Porto Business School.
46 – Filipa Urbano Calvão, 53 anos, presidente do Tribunal de Contas
É a primeira mulher a presidir ao Tribunal de Contas, o que faz desde 12 de outubro de 2024, depois de já ter liderado entre 2012 e 2023 a Comissão Nacional de Proteção de Dados, tendo participado na adaptação para a lei nacional o Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (RGPD) da União Europeia. Natural de Coimbra, licenciou-se em Direito pela Faculdade de Direito (Escola do Porto) da Universidade Católica Portuguesa, e doutorou-se em Direito na área de Ciências Jurídico-Políticas, pela Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra.
47 – Marina Costa Lobo, 52 anos, diretora do Instituto de Ciências Sociais.
Investigadora do Instituto de Ciências Sociais foi eleita diretora do ICS, onde está desde 2001. Nasceu em Lisboa, mas fez em Lausanne os três últimos anos do ensino secundário. Regressou a Portugal e esteve a trabalhar na Herdade do Esporão, antes de voltar ao Reino Unido para se licenciar em Ciência Política e Económica, em Durham, no Norte de Inglaterra. Esteve um ano em Londres, na Andersen Consulting, mas decidiu-se por Oxford, onde se doutorou em Ciência Política, com uma tese sobre o Poder do Primeiro-Ministro e o funcionamento do Governo no Portugal democrático. Tem publicado sobre instituições políticas em Portugal, partidos políticos e a UE, e sobre o impacto dos líderes no comportamento de voto.
48 – Marlene Vieira, 45 anos, chef e proprietária de restaurantes
O seu restaurante Marlene, aberto em 2022 e de que é chef e proprietária, recebeu uma estrela Michelin, o que não acontecia há 30 anos com uma chef, depois de Maria Alice Marto, do TiAlice (1993/1996). Marlene Vieira gere ainda, com o seu marido, chef João Sá, que recebeu em 2024 uma estrela Michelin no restaurante Salá, o ZumZum Gastrobar e um corner no Time Out Market. “Isto é um prémio de carreira que eu adiei muitas vezes porque não quis abdicar de outras coisas na minha vida”, dizia, referindo-se à sua filha de nove anos, Isabel. Foi jurada e professora, durante duas temporadas, do concurso Chefs Academy, na RTP 1, e do MasterChef na RTP em 2021. Os pastéis de nata que confecionava no restaurante Alfama, em Manhattan, foram reconhecidos pelos críticos do The New York Times com 3 estrelas. Regressou a Portugal e trabalhou em hotéis de 5 estrelas e alguns restaurantes.
49. Maria João Avillez, 80 anos, escritora e comentadora
Iniciou a sua atividade no mundo da comunicação, com 17 anos, na RTP, no Programa Juvenil, e participou no programa na Rádio Renascença Olá Companheiros. Dez anos depois, começou como redatora estagiária no vespertino A Capital, de onde saiu em 1974 para o Expresso, onde se tornou redatora principal e viria a ganhar o Prémio EFE de Jornalismo, com Sá Carneiro – o Último Retrato. Entre 1987 e 1989, trabalhou como assessora de Roberto Carneiro, então ministro da Educação. Mais tarde, trabalhou no Público e colaborou com o Diário de Notícias, a revista Sábado, a TSF, a Rádio Renascença, a RTP, a SIC Notícias, o Observador, a CNN Portugal. Escreveu as biografias de Sá Carneiro e Mário Soares, e fez um livro sobre Álvaro Cunhal, entre outros. Nos últimos anos, entrevistou o Papa Francisco para a TVI e num podcast do Observador, Eu estive lá, sobre 16 momentos-chave no país desde o 25 de abril, entrevistou, entre outros, Marcelo Rebelo de Sousa, Cavaco Silva, Passos Coelho, António Vitorino, Fernando Medina e Paulo Portas.
50 – Sara Falcão Casaca, 54 anos, professora catedrática do ISEG
Foi presidente da CIG – Comissão para a Cidadania e Igualdade de Género e vice-presidente e presidente interina do Conselho Económico e Social (CES) e é professora catedrática do Instituto Superior de Economia e Gestão da Universidade de Lisboa (ISEG-ULisboa). As suas temáticas de investigação e publicações têm incidido sobre: género e mercado de trabalho; gender pay gap; género e organizações; género e tomada de decisão na esfera económica; e articulação trabalho-família. É investigadora-integrada do Centro de Investigação em Sociologia Económica e das Organizações (SOCIUS), a que atualmente preside, e diretora-adjunta do Conselho de Redação da revista Análise Social do Instituto de Ciências Sociais. É licenciada em Sociologia (ISCTE, 1994) e doutorada pelo ISEG em 2005.
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