Aluno: Ines Filipa Costa Marques
Resumo
Os benefícios para a saúde resultantes da prática regular de exercício físico, de uma forma moderada, estão cientificamente comprovados. Contudo, quando se trata de uma abordagem sobre atletas profissionais, os benefícios deixam de ser uma clara evidência, surgindo por vezes sinais de alerta para os seus possíveis efeitos adversos. Para alimentar esta controvérsia, muito têm contribuído os estudos recentes que evidenciam anomalias e doenças cardiovasculares, bem como as frequentes lesões em atletas de elite.
É neste contexto que surge o principal objectivo deste trabalho: investigar se os atletas de elite vivem mais do que a população em geral. Após uma profunda revisão literária inicial relativa à mortalidade dos atletas de elite, procede-se a uma análise de sobrevivência que tem como foco dois grupos de jogadores de futebol profissionais.
Recolheram-se dados relativos à data de nascimento e morte dos jogadores portugueses e espanhóis que representaram a sua selecção, bem como de outras variáveis de interesse para o estudo. Cada grupo de jogadores é comparado com a população geral do respectivo país, usando dados disponíveis na Human Mortality Database, através da estimação de standardised mortality ratios e de curvas de sobrevivência. O years-lost method é também aplicado, fornecendo uma medida de longevidade dos referidos atletas de elite. Ainda é averiguado se a posição dos jogadores e o número de jogos na sua carreira afectam diferencialmente a mortalidade dos mesmos, através dos Cox Proportional Hazard Models. Por fim, as populações dos jogadores portugueses e espanhóis são comparadas entre si.
Trabalho final de Mestrado