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O impacto da inteligência emocional dos líderes na motivação e satisfação dos colaboradores: Análise em contexto de teletrabalho

Aluno: Raphaela Pereira Wanderley


Resumo
O presente Trabalho Final de Mestrado tem como objetivo analisar o impacto da inteligência emocional (IE) do líder na motivação – associada à satisfação das necessidades psicológicas básicas (NPB) de autonomia, competência e relacionamento – e na satisfação dos colaboradores em contexto de teletrabalho durante a crise pandémica da COVID-19. Para dar resposta aos objetivos de investigação, recorreu-se a uma metodologia quantitativa, onde foi aplicado um inquérito por questionário online a uma amostra de 315 inquiridos que se encontravam a exercer funções a partir de casa e testou-se o modelo teórico com recurso aos programas SPSS (versão 29) e SmartPLS (versão 3). Os resultados obtidos revelaram diferenças estatisticamente significativas entre os diferentes subgrupos da amostra. No que concerne à perceção de IE da liderança, esta registou médias significativamente mais baixas nas pequenas empresas (11-50 colaboradores), nos inquiridos que se encontravam em teletrabalho há menos de 1 mês e nos que intercalaram esta modalidade com o regime presencial. Ao nível da satisfação das NPB, as médias mais baixas observaram-se nos grupos de jovens entre os 18-25 anos, assim como nas funções desempenhadas por estagiários. Para a satisfação no trabalho, foram constatadas médias significativamente mais baixas nos estagiários, indivíduos sem filhos e nos respondentes cujo vínculo contratual tinha sido formalizado a termo. Finalmente, a partir da análise de um modelo de equações estruturais, verificou-se que a IE do líder está positivamente associada à satisfação das três necessidades psicológicas básicas e que estas, por sua vez, estão positivamente associadas à satisfação no trabalho. Verificou-se, ainda, que as necessidades psicológicas básicas têm um papel de mediação entre a IE do líder e a satisfação no trabalho, não existindo uma relação direta entre estas duas variáveis. O modelo analisado explica 48,6% da variância da satisfação no trabalho, 27,1% da NPB de autonomia, 9,3% da NPB de relacionamento e 4,5% da NPB de competência. Os resultados do estudo apresentam contribuições para a comunidade académica e para a prática organizacional em relação às estratégias a adotar ao nível da Gestão de Recursos Humanos (GRH) de modo a promover a satisfação organizacional.


Trabalho final de Mestrado