A ADOÇÃO DO MÉTODO DO JUSTO VALOR NAS PROPRIEDADES DE INVESTIMENTO. O CASO DAS EMPRESAS COTADAS NO BRASIL E PORTUGAL

A integração dos mercados financeiros cresceu nas últimas décadas, fato que contribuiu para a aproximação dos países e para a criação de meios contabilísticos mais harmoniosos. No entanto, os temas relacionados com as normas internacionais ainda são muito controversos e escassos, principalmente no que diz respeito à adoção do método do custo histórico ou do justo valor para mensuração de ativos ou passivos das empresas. Assim, o presente trabalho procurou investigar o método de mensuração mais adotado para as propriedades de investimentos nas companhias cotadas pertencentes ao Brasil e Portugal, bem como os fatores que influenciam esta escolha. Para tal, analisou-se uma amostra composta por 36 empresas brasileiras e 23 empresas portuguesas. A análise foi feita a partir das demonstrações financeiras referentes ao ano de 2015. Como resultados, observou-se que 55,6% das empresas brasileiras optaram pelo método do justo valor, ao passo que 56,5% das empresas portuguesas optaram pelo método do custo histórico. Quanto às variáveis independentes analisadas (dimensão, endividamento, governo das sociedades, tipo de auditor, a relevância da propriedade de investimento sobre o ativo total, a rentabilidade e o país), observou-se uma tendência de as empresas com maior relevância das propriedades de investimento sobre o ativo total adotarem o justo valor, contudo sem associações estatisticamente significativas em nenhuma das variáveis. Assim, conclui-se que não há a predominância de um único método para a mensuração das propriedades de investimentos em empresas cotadas no Brasil e em Portugal, bem como não se identificaram fatores associados à decisão contabilística.