Cooperação Portugal-China na Industrialização dos PALOP, no âmbito da BRI.

Os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) são países em desenvolvimento com altos índices de pobreza mas com elevado potencial de desenvolvimento. Contudo, têm um reduzido conhecimento tácito dos processos de desenvolvimento, não conseguindo promover o seu autodesenvolvimento, necessitando de cooperação externa. A Ajuda Pública ao Desenvolvimento (APD) recebida dos EUA, e de países da Europa, como Portugal, tem tido efeitos benéficos na saúde e educação, mas demonstra pouco impacto no desenvolvimento económico destes países. A Belt and Road Initiative (BRI) tem uma abordagem diferente, que assenta na cooperação interativa, na qual os países que concordam em cooperar começam por construir infraestruturas necessárias ao desenvolvimento de setores-chave da economia e planeiam projetos conjuntos de conectividade. Portugal e alguns PALOP já assinaram um Memorando de Entendimento no âmbito do BRI, que podem incluir projetos multilaterais, nomeadamente, China, Portugal e PALOP. Assim, apresentamos um estudo sobre a cooperação Portugal e China nos PALOP, no âmbito da BRI, que esclarece os setores que Portugal e China poderão cooperar com os PALOP, de que forma o podem fazer e analisar a perceção das empresas portuguesas sobre essa forma de cooperação. Para isso, começámos por analisar os Planos de Desenvolvimento de cada PALOP para identificar quais os setores que cada país elegeu como prioritários para desenvolvimento e, cruzámos com os setores que Portugal e China mais investem nos PALOP, conseguindo delimitar os setores de cooperação: a agroindústria, infraestruturas e energia. De seguida, analisámos as principais formas de cooperação entre empresas para percebermos como é que as empresas portuguesas e chinesas poderão cooperar nos PALOP. Verificamos que os países podem cooperar através da criação de Alianças Estratégicas ou Joint-Ventures. Por fim, para entender a perceção das empresas portuguesas sobre a forma de cooperação com empresas chinesas, foi desenvolvido um estudo empírico, no qual foi possível averiguar que as empresas portuguesas optariam pela criação de Alianças Estratégicas na cooperação com empresas chinesas na industrialização dos PALOP.