O PAPEL DO ESTADO PORTUGUÊS NO APOIO ÀS PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS

Esta investigação está dividida sob duas perspetivas teóricas: (1) Setor Público e (2) Economia de Mercado. No contexto institucional, discute o impacto de duas principais políticas de apoio financeiro e não financeiro do Estado em dois fatores de desempenho percebido a partir de uma amostra constituída por 106 Micro, Pequenas e Médias Empresas (PME) do setor privado em Portugal continental, em articulação com o debate Estado versus Neoliberalismo. Depois, na segunda perspetiva, avalia as relações entre um conjunto de fatores de desempenho percebido – Capacidade Interna em Reconhecer Oportunidades Empresariais (CIROE), Vantagem Competitiva (VC), Desempenho Organizacional Percebido (DOP) -, e financeiro - Desempenho Financeiro (DF) sem o impacto direto presumido do setor público, embora sem nunca deixar de reconhecer as externalidades discutidas ao longo do trabalho. De referir que a análise do Desempenho Organizacional Percebido e do Desempenho Financeiro constituem a Avaliação do Desempenho Final (ADF) das PME sob análise. A partir do modelo de investigação adotado, é pertinente perceber a variação das variáveis explicadas sob duas perspetivas teóricas diferentes, as suas implicações e principais conclusões. Numa primeira fase, o tratamento de dados inclui testes estatísticos utilizando o programa Statistical Package for the Social Sciences (SPSS). As hipóteses de investigação foram testadas usando o Modelo de Equações Estruturais (MEE) a partir do software SPSS-AMOS num conjunto de dados de 106 PME portuguesas a partir de uma base de dados disponibilizada pela Informa D&B. Os resultados indicam que o Apoio Financeiro do Estado Português (AFEP) impacta positivamente a VC das PME e que o Apoio Não Financeiro do Estado Português (ANFEP) impacta positivamente na CIROE. Não foram encontradas evidências que permitissem confirmar o impacto do AFEP na CIROE, nem evidências de um possível impacto do ANFEP na VC das PME. No contexto da economia de mercado, a CIROE impacta positivamente a VC das PME e influencia indiretamente a ADF das PME através da VC. No mesmo sentido da relação, os resultados indicam um impacto positivo da VC na ADF das PME.