Aluno: Leandro Filipe Paulo De Almeida
Resumo
Uma das principais diferenças entre a International Accounting Standard (IAS) 39 Financial Instruments: Recognition and Measurement e a International Financial Reporting Standard (IFRS) 9 Financial Instruments consiste na classificação e mensuração dos instrumentos de capital próprio. A IFRS 9 refere que as empresas devem classificar os instrumentos de capital próprio ao Justo Valor através de Lucros ou Prejuízos (JVLP), a não ser que exerçam uma opção inicial irrevocável de mensurar ao Justo Valor através de Outro Rendimento Integral (JVORI) sem a possibilidade de reciclagem. Já a IAS 39, permitia que os Ativos Financeiros Disponíveis para Venda (AFDV) fossem mensurados ao justo valor, sendo as alterações reconhecidas através de outros rendimentos do resultado integral e posteriormente transferidas para os lucros ou prejuízos (reciclagem). Sendo assim, verifica-se que a principal alteração entre as duas normas foi a eliminação da reciclagem. Neste contexto, o estudo tem como principal objetivo perceber se a adoção da IFRS 9 teve impacto na relevância da informação financeira do Resultado Líquido do Período (RLP) em comparação com o Resultado Integral (RI) ou na capacidade de previsão dos Fluxos de Caixa Operacionais (FCO) futuros e do RLP futuro. A análise é efetuada tendo como base uma amostra de empresas do FTSE 100 e do EURO STOXX 50. Os resultados mostram evidência de que a IFRS 9 teve influência na relevância da informação financeira pois, após a sua adoção, o RLP e o RI começaram a apresentar relevância da informação financeira, os investidores deixaram de prestar atenção às variações do justo valor das ações mensuradas ao JVORI e as variações do justo valor das ações mensuradas ao JVLP passaram a ter valor incremental. Os resultados indiciam também que a proibição da reciclagem teve influência na capacidade de previsão dos FCO futuros e na capacidade de previsão do RLP futuro.
Trabalho final de Mestrado