O relato integrado nas empresas portuguesas

A presente investigação teve como objetivo analisar as características das 500 maiores empresas portuguesas de acordo com a Revista Exame (2015) que divulgam informação de sustentabilidade através de pelo menos um indicador de acordo com as guidelines do Global Reporting Initiative (GRI), que são as mais utilizadas a nível mundial. Os dados foram obtidos através da análise dos relatórios divulgados pelas empresas analisadas e os fornecidos pela Revista Exame (2015). Através de um modelo probit, uma ANOVA e um Qui-quadrado foi possível concluir que a dimensão da empresa, a sua rendibilidade, o seu endividamento e o facto de a empresa pertencer a um setor poluente ou ligado ao consumidor final não justificam a adoção de pelo menos um indicador do GRI a nível individual. Contudo, ao analisarem-se as características de forma combinada no software Fuzzy-set Qualitative Comparative Analysis (fsQCA), verificou-se que têm influência na adoção de pelo menos um indicador do GRI. Concluiu-se que a combinação que melhor representa as maiores empresas portuguesas que divulgam pelo menos indicador do GRI são as que são rentáveis e que estão no perímetro de consolidação do relatório da empresa-mãe que divulga informação de sustentabilidade auditada. Concluiu-se ainda que pelo menos uma das características de rendibilidade positiva, dimensão e reduzido endividamento se encontravam nas combinações obtidas, demonstrando que, aliado a outras características, as empresas necessitam de ter recursos para suportar os custos inerentes à sua divulgação.