Aluno: Ricardo Alexandre Clemente Pires Lopes Correia
Resumo
Desde 2011, a Força Aérea Portuguesa (FAP) tem vindo a sofrer cortes orçamentais que se traduziram essencialmente na redução continuada das suas capacidades operacionais e manutenção de infraestruturas. A capacidade de assegurar missões de natureza militar encontra-se, assim, cada vez mais afetada e com custos de recuperação, afetos à formação e qualificação de pilotos e de regeneração dos sistemas de armas, cada vez mais elevados.
Este trabalho analisa vários fatores de pressão externos e internos que influenciam o Planeamento Orçamental da Força Aérea Portuguesa (POFAP) e estuda a possível relação que têm com o orçamento da FAP, entre o período de 2006 a 2016.
Procura-se assim encontrar um padrão dentro das várias métricas analisadas, as quais ajudem a compreender possíveis variações futuras nas dotações orçamentais atribuídas ao Programa da Defesa e, mais especificamente, à Força Aérea.
São definidos três níveis de análise: um nível macroeconómico, outro dentro da Defesa Nacional e, um último, ao nível organizacional da FAP. Para o cruzamento e tratamento estatístico de dados são utilizados gráficos, correlações e análise de clusters.
Conclui-se que a FAP, entre o período de 2006 e 2016, conta com um menor efetivo, menos aeronaves, menor capacidade para executar missões e maior número de tripulações sem as qualificações necessárias. Tudo isto deriva de menores recursos humanos, financeiros e materiais. Não faz sentido assim continuar a insistir numa estrutura organizacional levada ao limite, baseada em soluções de curto prazo que visam meramente melhorias de eficiência.
Trabalho final de Mestrado