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Impacto da crise das dívidas soberanas nos determinantes da estrutura de capital das PME: evidência empírica em três países europeus

Aluno: Catarina Neto Dos Reis


Resumo
Resumo: A estrutura de capital é um tema que tem sido gradualmente debatido e largamente analisado pela literatura, essencialmente no que respeita ao modo como as empresas estabelecem a escolha entre o tipo de financiamento a obter: dívida e capital próprio. No que respeita às PME, este tema é bastante relevante, uma vez que a sua estrutura de financiamento é maioritariamente constituída por dívida, o que significa que a forma mais usual de financiamento é o recurso ao capital alheio. No entanto, na presença de um cenário macroeconómico desfavorável, o acesso ao crédito bancário pode ser limitado e reservado, o que conduz com frequência a processos de reestruturação financeira. Desta forma, as repercussões nos níveis de endividamento e, consequentemente, nas decisões de financiamento, tornam-se fundamentais para a definição do valor de uma PME. Tendo por base as teorias da estrutura de capital, pretende-se analisar quais as que melhor explicam as decisões de endividamento das PME comparando empresas de três países (Portugal, Espanha e Itália) e analisar o impacto da crise das dívidas soberanas e dos respetivos programas de intervenção internacional, bem como das medidas de austeridade nacionais, nos determinantes da estrutura de capital das PME. Para tal, foram propostos três modelos de regressão de efeitos fixos para três variáveis dependentes representativas do endividamento, tendo por base uma amostra não balanceada de PME portuguesas, espanholas e italianas, para os anos de 2011 a 2018. Os resultados obtidos confirmam alterações ao nível do comportamento dos determinantes da estrutura de capital com o endividamento total, de curto prazo e de longo prazo, bem como ao nível do sinal dos coeficientes, pelo que se pode inferir que o contexto da crise da dívida soberana europeia e os respetivos programas de intervenção económica e medidas de austeridade nacionais tiveram impacto nas decisões de financiamento das empresas. Adicionalmente, verificou-se que a estrutura de capital das PME dos três países consegue ser explicada com base nas teorias de Trade-off e de Pecking Order mesmo num período de crise das dividas como o das dividas soberanas.


Trabalho final de Mestrado