Aluno: Ana Carolina Vieira De Andrade
Resumo
A educação de meninas e mulheres é central para o desenvolvimento e, não por acaso, está justamente no coração da Agenda 2030 de Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas. Enquanto que o mundo já alcançou praticamente a paridade de gênero na educação primária, a desigualdade ainda persiste entre meninas e meninos conforme os anos de ensino avançam. As meninas seguem sendo deixadas para trás especialmente no ensino secundário, situação que é agravada em determinadas regiões onde há ainda maior disparidade de gênero. Meninas que se encontram fora das salas de aula acumulam exclusões múltiplas que são agravadas a depender do contexto em que estão inseridas. A interseccionalidade dessas exclusões gera diversas “não liberdades”, não se limitando à privação do ensino. À luz da perspectiva de Amartya Sen sobre desenvolvimento enquanto liberdade, sendo a educação capaz de gerar outras tantas capacidades e funcionamentos, o afastamento das meninas das escolas resulta em um movimento contrário ou, pelo menos, retardatário do desenvolvimento. O presente trabalho busca, portanto, analisar as conexões entre as agendas de educação, gênero e desenvolvimento, exaltando o potencial da utilização de uma perspectiva interseccional para o alcance de uma educação genuinamente inclusiva e igualitária, na qual as capacidades e funcionamentos das meninas e mulheres são protegidas e ampliadas.
Trabalho final de Mestrado