Contributo da Economia Solidária: O Impacto Social do Comércio Justo em Grupos de Artesãos no Perú

À luz do modelo económico vigente, entende-se uma profunda desigualdade, pobreza e carências sociais, onde prevalecem os interesses económicos em detrimento do valor do ser humano na sociedade. O comércio internacional provoca um fosso entre pobres e ricos, aumentando a dicotomia Norte/Sul, tendo em conta a perspetiva ocidental, industrial e capitalista. Com o agravamento das problemáticas sociais, económicas e políticas, reconhece-se a importância de alternativas. É através desta realidade que se pretende avaliar o impacto social da prática de Comércio Justo (CJ) em grupos de artesãos no Peru. A presente análise tem como objetivo o enquadramento teórico da Economia Solidária (ES), na análise do uso do CJ como instrumento para alcançar uma melhoria na qualidade de vida dos artesãos de têxtil. Esta visão fundamenta-se na visão do Buen Vivir (BV), defensor do respeito mútuo entre seres humanos, equilíbrio com o meio ambiente, culturas indígenas e técnicas ancestrais. Apesar da composição do caso de estudo ser diminuta, os resultados demonstram um impacto positivo da prática de CJ no âmbito de melhoria de rendimentos dos artesãos, o que gera, consequentemente, melhoria de habitação, aumento de poder de compra, entre outros. Todavia, existem indicadores de descontentamento e problemáticas que servem como sugestões/recomendações. A análise centraliza o conceito de BV e sugere uma transformação proposta através da ES e uma mudança profunda que coloque o ser humano no centro, o equilíbrio com o ambiente, respeito pelas diferentes culturas, direitos humanos, empoderamento das mulheres, promovendo uma construção da sociedade mais igualitária, equitativa e justa.