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Mutualidades de Saúde: um caminho para o empoderamento feminino - o caso das associações de mulheres na Guiné-Bissau

Aluno: Jerusa Maria CÂndida Sequeira Da Costa


Resumo
Cerca de metade da população mundial encontra-se excluída dos sistemas de saúde básica, expondo ao risco de doença os segmentos populacionais mais vulneráveis, com fortes impactos, sobretudo, no ciclo de vida das mulheres. As estratégias internacionais e nacionais de promoção da igualdade de género investem cada vez mais na melhoria de condições de vida das mulheres na saúde e educação para a saúde, e incentivo à autonomização económica no seio familiar. A falta de recursos e a desresponsabilização dos Estados na prestação de cuidados de saúde remete para os sectores privado e associativo, a responsabilidade de protecção social. A comunidade internacional vê na constituição de mutualidades comunitárias de saúde um instrumento alternativo e eficaz ao financiamento da saúde pelos Estados. Um importante princípio de constituição destas estruturas assenta na integração da perspectiva do género e melhoria da situação da mulher nas agendas políticas e definição de estratégias globais de combate à pobreza, promoção da igualdade de género e protecção dos direitos humanos. Na Guiné-Bissau, as mutualidades comunitárias de saúde servem à melhoria da saúde reprodutiva e materno infantil, à capacitação e empoderamento feminino (educação e empregabilidade) e ao reconhecimento social da mulher. As iniciativas, acções e programas do âmbito do movimento mutualista incidem, essencialmente, nas associações comunitárias femininas, apelando à co-responsabilização comunitária e ao auto-financiamento, influenciando o papel da mulher na sociedade guineense e a modernização das relações de género.


Trabalho final de Mestrado