Aluno: Alexandra Sofia Marques Vaqueirinho
Resumo
Embora o teletrabalho seja uma temática amplamente discutida, existem ainda relevantes lacunas na literatura, nomeadamente, sobre qual influência que o teletrabalho tem no comportamento inovador dos trabalhadores e quais os fatores que explicam esta relação.
O presente trabalho final de mestrado visa analisar a relação entre o teletrabalho e o comportamento inovador, explorando a possibilidade desta relação ser mediada pelo comprometimento organizacional. Após a revisão da literatura, e com base nesta, foi proposto um modelo conceptual que identifica as hipóteses posteriormente testadas numa amostra de trabalhadores por conta de outrem, recolhida através de um questionário online em Portugal. O modelo conceptual foi estimado e as hipóteses testadas com base em equações estruturais com mínimos quadrados parciais (Partial Least Squares).
Não obstante, os resultados empíricos terem confirmado uma relação entre o número de horas em teletrabalho e o comprometimento organizacional e entre o comprometimento organizacional e o comportamento inovador do trabalhador, não se confirmou a existência de uma relação significativa, direta ou indireta, entre o teletrabalho e o comportamento inovador. Interessantemente, a uma maior duração da jornada em teletrabalho está apenas associada um menor nível de comprometimento organizacional instrumental e, a relação entre o comprometimento organizacional e o comportamento inovador só se verifica no caso do comprometimento afetivo e normativo. Em suma, encontrou-se que o número de horas despendidas em teletrabalho tem efeitos apenas no comprometimento organizacional instrumental e não nas subdimensões de comprometimento organizacional que se relacionam de facto com o comportamento inovador do trabalhador, isto é, as subdimensões afetiva e a normativa.
Os resultados deste estudo fornecem evidências empíricas que enriquecem não só a literatura, mas também informação relevante para as organizações.
Trabalho final de Mestrado