UM ESTUDO DE CASO DA INTERNACIONALIZAÇÃO DE FINTECHS PLATAFORMA BRASILEIRAS

Alterações ambientais, tecnologias e no comportamento dos consumidores propiciaram o surgimento e fortalecimento de dois novos tipos de empresas: as Empresas Plataforma (EP) e as FinTechs. Algumas das FinTechs adotam este modelo, com alguns estudos indicando que elas se beneficiam por isto. Os estudos de internacionalização relacionam a rápida expansão internacional das Empresas Plataforma com aspetos de sua lógica de actuação: terem poucos activos físicos e serem de base tecnológica. Também, indicam que estas empresas sofrem principalmente das Liabilities of Outsidership ao se internacionalizarem e abordam o papel dos efeitos de rede e os vínculos existentes e a importância da construção de ecossistemas nos novos mercados como forma de superá-las. Este trabalho, por meio de uma abordagem qualitativa, analisou dois casos de FinTechs Plataforma brasileiras que, de alguma maneira, passaram pelo processo de internacionalização para entender como as decisões sobre os novos mercados são influenciadas pelos vínculos existentes, como elas constroem os seus ecossistemas nos novos mercados e como o facto de serem baseadas em tecnologia facilita o seu processo de internacionalização. Pôde-se concluir que os vínculos existentes não necessariamente têm influência na escolha dos mercados internacionais, pela expectativa dos efeitos de rede; que a construção dos ecossistemas é vista como importando de forma transversal, mas que cada tipo de empresa tem foco, motivo e ações distintas para fazê-lo; e que serem baseadas em tecnologia facilita a internacionalização das FinTechs, mas de forma condicionada às suas capacidades internas.