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A capacidade científica e tecnológica em África: uma caracterização evolutiva e análise de contexto

Aluno: Ana Filipa Santos Ponte


Resumo
A pressão sentida pelos países africanos para a transição para modelos de desenvolvimentos menos dependentes da flutuação dos mercados de recursos naturais e mais integrados na economia do conhecimento global exige ações de reforço das suas capacidades endógenas com vista à atração de capital externo. Métodos expeditos de caracterização da evolução das capacidades científicas e tecnológicas em África não estão ainda difundidos, estando em fase exploratória a concepção de sistemas de indicadores nesta área. Esta dissertação propõe uma caracterização objetiva nesse sentido, tentando captar o carácter largamente imaterial do conhecimento naquele continente, mediante um painel de 31 indicadores de desempenho nacional, organizados em 5 dimensões estruturais, e por meio de um método estatístico baseado em análises de clusters que permite a identificação de modelos de desenvolvimento predominantes. Foram classificados 8 clusters em África e comparadas as suas evoluções relativas entre 1980 e 2008. Resultou evidente da análise a importância crítica da dimensão institucional e o investimento em infraestruturas e difusão tecnológica revelou também grande importância na distinção entre os países, desvendando em certa medida o fator de dependência do passado. No contexto de inércia verificado a nível das estruturas produtivas, os resultados oferecem indicações para reflexão sobre as trajetórias mais adequadas ao desenvolvimento científico e tecnológico em África, nomeadamente o papel que o investimento em recursos humanos qualificados deve assumir tendo em consideração o risco de fuga de cérebros.


Trabalho final de Mestrado