A desigualdade na distribuição do rendimento entre regiões na Europa no período entre 2006-2019.

Na sequência da Crise das Dívidas Soberanas, os países europeus viram-se confrontados com diversos desafios a nível económico, nomeadamente no que diz respeito à desigualdade na distribuição do rendimento. Além disso, sabe-se que o choque da Crise foi assimétrico, sendo que houve grupos de países mais afetados. Este trabalho final de mestrado (TFM) procura analisar a desigualdade na distribuição do rendimento, entre 2006-2019, em grupos de países da Zona Euro com diferentes características. Esses grupos de países são definidos com base em 2 critérios. Tendo em conta o impacto da Crise no período, é elaborada uma 1ª divisão entre países mais afetados e menos afetados pela Crise. A 2ª divisão ocorre dentro dos países menos afetados, separando-os entre os países do Norte e do Leste, de acordo com os níveis de rendimento. Uma 1ª análise visa entender a relação entre a desigualdade na distribuição do rendimento e o PIB per Capita. Assim, procurou-se identificar a relação entre estes dois indicadores que decorre da designada Curva de Kuznets ,. no período referido e para cada um dos grupos. Embora o resultado seja de uma notória estabilidade dos valores, as maiores oscilações parecem acontecer no grupo dos países mais vulneráveis. Para além disto, avaliaram-se outros indicadores económicos que podemos relacionar com a desigualdade de rendimentos e a pobreza, como a privação material severa ou a pobreza persistente. Os dados apontam para uma recuperação dos valores pré-crise. Porém, os países mais vulneráveis oscilam mais durante o período em análise, enquanto os países menos vulneráveis do Norte mantêm-se relativamente estáveis. Já os países menos vulneráveis do Leste, partindo de valores mais baixos em 2006, conhecem melhorias significativas no período em questão. Para terminar, referem-se possíveis políticas de combate à desigualdade de rendimento na Europa.