Aluno: Beatriz Rodrigues Branco
Resumo
A desigualdade de género é um problema transversal às sociedades e, por isso, é essencial priorizar a mudança e eliminar preconceitos. Parte fundamental desta mudança deve surgir da educação, incluindo das universidades. Estas devem ser promotoras de uma sociedade mais inclusiva, onde as mulheres e os homens partilhem as mesmas oportunidades. Apesar de nos últimos anos se terem verificado progressos na redução das desigualdades, elas continuam bem presentes em vários contextos, muito devido a culturas organizacionais em que persistem estereótipos de género. Este trabalho procura analisar a composição dos órgãos diretivos das instituições de ensino superior (IES) com quem o ISEG estabelece relações de cooperação, no âmbito do programa Erasmus, através de uma análise comparativa.
Para tal, são analisadas treze IES de sete países da União Europeia: Áustria, Bulgária, Dinamarca, Lituânia, Suécia, Eslovénia e Portugal. Esta seleção decorre da análise das posições destes países relativamente à média da UE no que se refere à representatividade de mulheres em cargos diretivos de IES. São também analisadas as posições desses países do Índice Europeu de Igualdade de Género, destacando-se a dimensão “Poder”, assim como as políticas públicas e as iniciativas que têm sido implementadas para promover um maior equilíbrio entre mulheres e homens nas direções das IES. Do ponto de vista metodológico optou-se por articular uma análise de conteúdo de documentos oficiais relevantes sobre o tema em análise e uma análise quantitativa descritiva de dados estatísticos disponibilizados por fontes oficiais europeias e nacionais.
Conclui-se assim que, excetuando a situação da Suécia e da Áustria, ainda existe uma falta de representatividade feminina nos órgãos de direção de topo das IES na UE em geral. No caso da IES que fazem parte do nosso objeto de estudo, porém, o panorama é em geral equilibrado, ou seja, à exceção da IES da Lituânia, em todas as demais a representação de mulheres está em linha com o limiar mínimo de paridade (40%).
Trabalho final de Mestrado