Política Industrial e competitividade externa: o caso da China

A Política Industrial é um tema intensamente debatido nos dias de hoje, que tem dividido opiniões. Apesar da sua larga escala de definições, todas elas têm em comum um ponto, que é a intervenção do Estado, em termos setoriais ou transversais à economia, de modo a encorajar o crescimento e o desenvolvimento da economia. A verdade é que a Política Industrial é bastante complexa, com chances de falhar. Afinal são impostas à PI umas quantas restrições, principalmente pelas organizações internacionais, e nem sempre são feitas as melhores escolhas. Mas existem diversos casos de sucesso, em particular na Ásia, de que a Coreia do Sul, Japão e China são grandes exemplos. A China é um exemplo de Política Industrial marcada por uma forte intervenção estatal em todos os domínios da economia, o que faz com que, se bem que permita um setor privado, tenha sido conotada como uma economia de ?não-mercado?. Envolve políticas industriais horizontais e seletivas, designadamente nas que se destinam a apoiar os ?campeões nacionais?. Em suma, a PI chinesa é um exemplo de política baseada em state-lead, na qual o governo e o PCC tomam a maior parte das decisões, em conjunto com outros institutos por estes controlados. O sucesso da economia chinesa fomentou um importante debate internacional sobre a forma de garantir um sistema comercial internacional justo e respeitador da concorrência, em particular através da reforma de algumas das regras da OMC, em parte baseada numa maior garantia de transparência na implementação das políticas industriais.