Como salvar o euro? A atualidade das propostas de Keynes em Bretton Woods

No início dos anos 40, Keynes formulou um esquema para uma união monetária (UM) internacional a adotar no pós-guerra. A prioridade máxima era desenvolver uma construção institucional capaz de ultrapassar aquilo que considerava ser uma incapacidade histórica de alcançar uma situação duradoura de equilíbrio económico mundial. Décadas mais tarde, surgiria outra construção institucional que alguns autores comparam à UM pensada por Keynes: a União Monetária e Económica da União Europeia (UEM). Apesar da sua elaborada arquitetura institucional, esta não conseguiu prevenir a acumulação de desequilíbrios macroeconómicos e a eclosão da chamada ?crise das dívidas soberanas?, cujas repercussões se estendem até aos dias que correm e podem constituir uma ameaça para a viabilidade do euro. Neste trabalho propomos analisar a estrutura da UM pensada por Keynes, bem como a estrutura e os problemas atuais da UEM, de modo a dar resposta às duas questões-chave seguintes: podem as ideias propostas por Keynes em Bretton Woods ajudar a uma redefinição do euro capaz de prevenir o seu colapso? E caso tal redefinição seja impossível, existe alguma alternativa ao projeto de moeda única que se aproxime da UM pensada por Keynes e que possa vir a ser aplicável no plano europeu?