Impactos Económicos da Emigração em Portugal: Uma abordagem no longo prazo

Desde sempre que a necessidade de melhores condições de vida motivou a saída de emigrantes portugueses para fora de Portugal. Nas últimas décadas verificaram-se oscilações significativas da emigração portuguesa, o que está fortemente relacionado com os ciclos de crescimento económico e de recessão. As remessas têm sido, ao longo do tempo, uma fonte significativa de rendimento para as famílias, mas a sua importância relativa na economia tem diminuído. Esta dissertação procura analisar as tendências da emigração em Portugal desde os anos 50 do século XX até à atualidade, bem como o impacto da entrada de remessas na economia portuguesa, designadamente em algumas variáveis macroeconómicas relevantes: PIB, consumo privado, exportações, saldo da balança corrente e taxa de desemprego. O estudo divide-se em dois períodos distintos: o primeiro de 1950 a 1995 e o segundo de 1996 a 2018. Apesar de as remessas contribuírem para aumentar o crescimento económico e o consumo, reduzir a pobreza e melhorar as condições de financiamento externo (melhoria do saldo da balança corrente), este estudo revela que o impacto destes fluxos monetários na economia portuguesa tem vindo a ser cada vez menos significativo.