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A União Bancária e a fragmentação financeira na zona euro: análise do caso português.

Aluno: InÊs Carolina Pereira Piedade


Resumo
A crise financeira e, posteriormente, a crise das dívidas soberanas desafiaram a natureza do euro e trouxeram consigo a fragmentação financeira dos mercados, que atingiu o seu auge em 2011-2012. A forte relação que existia entre os bancos e os governos agravou o risco de crédito bancário, expôs as fragilidades institucionais da área do euro e aumentou a dispersão das taxas de juro entre os vários Estados membros. Em consequência, os países periféricos, como Portugal, viram a transmissão da política monetária gravemente prejudicada e enfrentaram elevadas taxas de juro, contudo, os países centrais, como a Alemanha, beneficiaram de taxas de juro excecionalmente diminutas. Neste período conturbado, as empresas não financeiras e as famílias confrontaram-se com o acesso ao crédito limitado pelas elevadas taxas de juro e pela redução da oferta de crédito, que ocorreram em consequência da degradação do balanço dos bancos. Assim, o Banco Central Europeu viu-se obrigado a adotar medidas não convencionais com o intuito de reparar e salvaguardar a eficácia da transmissão do mecanismo de política monetária para permitir a retoma da integração financeira dos mercados. De salientar ainda a importância de alguns forward guidance e da construção da união bancária, que também contribuíram para a redução da fragmentação financeira dos mercados. Neste trabalho, faz-se uma análise da fragmentação financeira na zona euro, comparando o custo do crédito bancário e a sua quantidade disponível a empresas não financeiras e famílias, em Portugal e na Alemanha, antes e depois da crise das dívidas soberanas.


Trabalho final de Mestrado