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O FRACASSO DA UNIÃO EUROPEIA COMO UNIÃO ECONÓMICA E MONETÁRIA A GRANDE RECESSÃO DE 2008

Aluno: Bernardo Marques Óscar Dos Santos Naia


Resumo
A Grande Recessão de 2008 surgiu como o primeiro desafio da União Europeia após o final da Segunda Grande Guerra Mundial. O otimismo e a fé colocada no projeto europeu pelos seus criadores, tanto a nível político como a nível económico não chegaram para fazer face à maior crise financeira desde o crash de 1929. Isto porque as bases utilizadas para a criação e o enaltecimento do projeto europeu encontravam-se mal definidas e aplicadas. O principal objetivo desta dissertação é explicar, apresentar e dar a conhecer ao leitor o porquê do mau desempenho por parte do “velho continente” na luta contra a crise financeira de 2008. A literatura e o consenso internacional revelam desde o início que a União Económica e Monetária Europeia havia sido mal concebida e que não tinha em conta um número de hipóteses financeiramente possíveis que podiam e, de facto, atordoaram a estrutura europeia. Aspetos como a falta de um plano de contingência; instituições supranacionais incapazes de fazerem face à crise; uma resposta financeira e monetária questionável que mais dano causou do que remendou, fizeram parte do período entre 2008 e 2015. A crise pandémica detonada em Março de 2020 pelo Corona Vírus apresentou-se e impôs-se como o derradeiro desafio às mudanças estruturais, institucionais e reguladoras aplicadas durante e após o final da Grande Recessão. Embora seja prematuro abordar o tema devido à enorme incerteza sociopolítica e económica mundial, fica como primeira impressão que a União Europeia aprendeu com os seus erros da passada crise. Prestando não só medidas financeiramente necessárias, mas apoiando a luta contra a pandemia através da implementação e flexibilização de medidas associadas aos cuidados-de-saúde da população europeia. Face à literatura e dados analisados conclui-se que o design europeu proveniente do Tratado de Maastricht era defeituoso e como consequência inibiu significativamente a resposta da União Europeia à Grande Recessão. É um sistema que carece de reformas e implementações urgentes, nomeadamente na área bancária da zona euro. Conclui-se, igualmente, que numa fase inicial, a União Europeia conseguiu mitigar de forma mais eficiente e rapidamente as consequências derivadas da crise pandémica de 2020/21, apesar da mesma ter sido severamente mais grave do que a Grande Recessão de 2008.


Trabalho final de Mestrado