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A política não convencional do Banco Central Europeu e da Reserva Federal dos Estados Unidos: Uma comparação

Aluno: Carolina Daniela Faria Da Cruz Tuckwell


Resumo
No dealbar da crise económica e financeira global, que surgiu em 2007, os grandes bancos centrais encetaram a implementação das chamadas medidas não convencionais de política monetária. Adoptando uma metodologia fundamentalmente qualitativa, esta dissertação pretende comparar as medidas não convencionais adoptadas pelo BCE e pelo Fed, analisando as suas características e o seu impacto na economia. As medidas não convencionais de ambos os bancos têm objectivos semelhantes e ambas intervêm em mercados cruciais e em instituições financeiras. Porém, o BCE usou estas medidas como um complemento à taxa de juro e o Fed aplicou-as como forma de estimular a economia. Além disso, existem algumas diferenças que reflectem a estrutura financeira das economias, diferentes enquadramentos da política monetária convencional e constrangimentos legais. O Fed introduziu um maior número de programas novos, sugerindo que o enquadramento da política monetária convencional do BCE é mais flexível, em termos de instrumentos. Porém, em contrapartida, a política monetária não convencional do BCE foi significativamente limitada pelo seu enquadramento legal. Estudos empíricos concluem que as medidas não convencionais contribuíram para atenuar os impactos da crise sobre alguns indicadores macroeconómicos. Porém, a recuperação dos EUA foi melhor do que a da Zona Euro, apesar de ambas as economias sofrerem desemprego e deflação. Esta divergência deve-se a factores cíclicos, mas também à falta de coesão política, e a factores estruturais, que ultrapassam o âmbito da política monetária.


Trabalho final de Mestrado