Valores, crenças e atitudes em relação à União Europeia e a evolução das economias dos Estados-membros

A crise que assolou a União Europeia, em especial a partir de 2010, motivou uma forte queda da opinião favorável em relação às instituições europeias. Os dados do Eurobarómetro revelam que a confiança dos europeus para com a UE alcançou mesmo os níveis mais baixos de sempre. Esta dissertação avalia a influência da evolução das economias nas atitudes, valores e opiniões dos cidadãos para com a UE no período 1986-2014, em especial a partir de 2009. Através da análise de tendências, de correlações e da aplicação de regressões lineares, esta investigação sugere que o aumento das exportações nacionais para a UE e o crescimento económico contribuem para um aumento do apoio à integração europeia. Durante a crise, o aumento do desemprego contribuiu para a redução da opinião favorável à integração. Os resultados apontam ainda que, a partir do início do século XXI, o apoio à UE volta a ser fortemente influenciado pelos fatores económicos. Aponta-se assim para uma revalorização da perspetiva utilitarista na definição do apoio à UE, em vez das perspetivas culturais e de identidade.