Aluno: Rita Figueira Gorgulho Santos
Resumo
Esta dissertação tem como objetivo analisar e caracterizar a extensão e persistência da pobreza das crianças e jovens em Portugal. A análise sob a perspetiva estática é efetuada utilizando-se os dados do EU-SILC, recorrendo-se ao indicador social risco de pobreza e exclusão social, definido no âmbito da Estratégia Europeia 2020, procurando captar a natureza multidimensional deste fenómeno. No âmbito da análise longitudinal analisam-se o número de anos que as crianças e jovens permaneceram em situação de pobreza monetária e em privação material, no período de 2009 a 2012. Para esta análise recorre-se ao indicador de risco de pobreza persistente definido como à proporção de indivíduos com rendimento equivalente abaixo do limiar da pobreza no ano corrente e, em pelo menos dois dos três anos anteriores. De forma análoga a este indicador, define-se o risco de privação material persistente para o estudo da privação numa perspetiva temporal. Neste ponto utilizam-se os microdados incluídos no inquérito às Condições de Vida e Rendimentos (ICOR) do INE, disponibilizados para o período de 2009-2012.
O estudo deste tema, em Portugal, nesse período, ganha especial relevância no contexto da crise financeira, económica e social, num clima de austeridade que coloca importantes desafios no domínio das Políticas Públicas. Os resultados obtidos demonstram que no contexto Europeu, as crianças e jovens portuguesas apresentam um risco de pobreza e exclusão social acima da média comunitária. Ao nível nacional, as crianças e os jovens tem sido o grupo etário mais afetado pela pobreza assim como pela permanência nesta situação.
Trabalho final de Mestrado