A aversão ao risco como mecanismo de pré-seleção na escolha do setor de emprego em Portugal

Esta dissertação apresenta alguns contributos para a compreensão da escolha do setor de emprego (público vs. privado), com especial incidência no nível de risco e na atitude face ao risco. Procurou-se, nesta investigação, verificar se existe alguma relação entre o perfil de risco de pessoas empregadas e o setor onde trabalham, bem como avaliar se existem diferenças entre a atitude face ao risco e o sexo, a idade, a habilitação académica, o estado civil e o salário, assim como entre as diferentes Administrações Públicas e a carreira ou a dimensão da empresa. Para atingir o escopo proposto, foi utilizado um inquérito por questionário eletrónico, no qual se inclui uma adaptação do teste de aversão de Holt e Laury (2002). Os resultados mostram que a maioria da população empregada, em Portugal, é avessa ao risco, não havendo, contudo, diferenças estatisticamente significativas entre setores de emprego para esta caraterística. Assim, não é possível inferir que esta característica tenha impacto na escolha do setor de emprego. Os dados, porém, permitem confirmar que existem diferenças no perfil de risco entre homens e mulheres, bem como entre pessoas com habilitações académicas diferentes, como sugerido por outros estudos. Esta dissertação inicia-se com uma breve introdução, seguida da revisão de literatura, após a qual se descreve a abordagem empírica utilizada, depois apresentam-se os resultados das análises efetuadas, terminando-se com as principais conclusões e a indicação de algumas limitações do estudo, bem como de recomendações para investigação futura