Aluno: InÊs OsÓrio De Matos
Resumo
Este estudo analisa a distribuição da riqueza em Portugal e suas implicações na desigualdade económica e nas políticas sociais. Utilizando dados do Household Finance and Consumption Survey (HFCS) e do Inquérito à Situação Financeira das Famílias (ISFF), a pesquisa investiga como a riqueza se distribui entre os ADP, considerando ativos financeiros e não financeiros. A riqueza é vista como um indicador fundamental para o bem-estar familiar, afetando a estabilidade financeira e a resiliência económica.
Os resultados mostram que a desigualdade da riqueza em Portugal é significativa, com diferenças marcantes entre grupos socioeconómicos. Os 10% mais ricos detêm uma parcela desproporcional da riqueza em relação à mediana, destacando questões de herança e padrões de poupança que perpetuam desigualdades ao longo do tempo. Embora tenha havido uma recuperação na riqueza após crises económicas, o crescimento não foi equitativo, evidenciado pela diferença entre proprietários de imóveis e arrendatários, refletindo o impacto da propriedade na segurança financeira.
Além disso, a análise indica que os ADP com menor riqueza enfrentam dificuldades em romper ciclos de pobreza, muitas vezes apresentando riqueza líquida negativa. Comparativamente, Portugal ainda está atrás das médias da Zona Euro em termos de acumulação e equidade na distribuição de riqueza. Índices como o coeficiente de Gini demonstram uma desigualdade preocupante, sugerindo a necessidade de políticas focadas na redução das disparidades.
O estudo propõe a implementação de políticas públicas abrangentes, inspiradas em modelos nórdicos, que priorizem a redistribuição de riqueza através de tributação progressiva, além de intervenções nas áreas de educação e habitação. Essa abordagem procura não apenas a inclusão económica, mas também a construção de uma sociedade mais justa em Portugal.
Trabalho final de Mestrado