Aluno: VerÓnica Filipa Da Guia Neves
Resumo
A esperança média de vida da população portuguesa tem vindo a crescer ao longo dos últimos anos,verificando-se um estreitamento da base da pirâmide etária e um alargamento do topo.
É objetivo da presente tese avaliar o risco de longevidade de uma carteira hipotética de rendas vitalícias de acidentes de trabalho de uma seguradora. Nesse sentido, são utilizadas duas abordagens distintas no cálculo das responsabilidades da companhia de seguros: uma avaliação com duas tábuas de mortalidade estáticas (TD88/90 e TV88/90) e uma outra avaliação com uma tábua de mortalidade dinâmica estimada com recurso ao modelo Poisson Lee-Carter, calibrada de acordo com a mortalidade dos pensionistas de AT, que se relevou superior à da população geral. Por último, é calculado o risco de longevidade para ambas as metodologias segundo a fórmula de cálculo proposta no Quantitative Impact Study 5 (QIS 5) no âmbito do projeto Solvência II.
Concluiu-se que o montante das responsabilidades da seguradora aumenta 10% quando apurado com recurso à tábua dinâmica estimada, apesar da maior mortalidade verificada nos pensionistas de AT. Este aumento traduz o acréscimo da longevidade que não é tido em conta na utilização das tábuas estáticas, demostrando que o cálculo das responsabilidades por esta via se encontra subavaliado.
Um choque positivo de 20% sobre a mortalidade, conforme previsto no QIS 5, traduz-se num aumento de 5% nas responsabilidades calculadas com recurso às tábuas TD 88/90 e TV 88/90 (estáticas) e 4% nas responsabilidades calculadas com recurso à tábua dinâmica.
Trabalho final de Mestrado