Aluno: Carlos JosÉ Miranda Nunes Serra
Resumo
Ao longo das últimas décadas, o federalismo fiscal ganhou uma importância acrescida na literatura científica, tanto através da abordagem de novas correntes como na tentativa de medir a descentralização fiscal dos Estados (Martinez-Vazquez e Timofeev, 2010). Oates (2005) escreve que a teoria do federalismo fiscal pressupõe a existência de uma estrutura vertical de governação onde se combinam, conforme o princípio da descentralização política, competências e instrumentos operados pelo governo central e pelos governos subnacionais.
Em Portugal, após 1974, a Constituição da República passou a consagrar os princípios da Administração Local (AL), dando início a um processo de descentralização, o qual veio até aos dias de hoje a sofrer constantes reformas.
O objectivo da dissertação é medir o grau de descentralização fiscal portuguesa desde a introdução, em 1979, da primeira lei que consagrou a autonomia financeira da AL Portuguesa - a Lei das Finanças Locais (LFL) ? até 2009, através de um conjunto de indicadores quantitativos presentes na literatura.
Concluiu-se, com os resultados dos indicadores, que se verifica uma tendência de aumento do grau de descentralização fiscal da AL portuguesa, quer através de um aumento do peso das receitas e despesas efectivas nos totais do sector público administrativo, quer de uma maior autonomia financeira, por via dos impostos locais, ou mesmo com um aumento do peso da AL no PIB português.
Trabalho final de Mestrado