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AS PMES DA INDÚSTRIA PORTUGUESA DE CORTIÇA NA ÓTICA DA ECONOMIA CIRCULAR

Aluno: Rita Margarida Nunes Teixeira Vaz Moreno


Resumo
A Economia Circular (EC) é um tópico emergente que tem atraído crescente interesse de pesquisa. A adoção de um modelo económico baseado em ciclos regenerativos e restaurativos é atualmente visto como um promissor caminho para o desenvolvimento sustentável e uma resposta para a necessidade urgente de mudança do modelo operacional atual. A indústria da cortiça em Portugal destaca-se por ocupar um lugar de destaque na economia do país. Adicionalmente, a temática da sustentabilidade parece ter uma relação forte com toda a cadeia de valor desta indústria. No entanto, na literatura são escassos os estudos sobre as práticas de EC no segmento de pequenas e médias empresas (PMEs) nas diversas indústrias e ainda menor é a atenção dada a estas questões no contexto português e em especial na indústria da cortiça. Assim, a presente dissertação tem como objetivos perceber quais as principais práticas de EC implementadas pelas PMEs da indústria da cortiça em Portugal, que fatores motivam ou limitam essa adoção e quais os resultados no desempenho alcançados com a implementação das mesmas. No intuito de responder aos objetivos mencionados, foi utilizada uma estratégia de investigação multimétodo: inquérito e estudo de caso. A recolha de dados foi efetuada em duas etapas através do uso de um questionário, entrevistas semiestruturadas e observação participativa/direta. Primeiramente, recorreu-se ao envio de um questionário a 278 PMEs portuguesas da indústria de cortiça, através do qual se obteve 98 respostas, das quais 63 consideradas válidas. De seguida, no sentido de complementar e aprofundar a análise com dados qualitativos, foram realizadas entrevistas semiestruturadas a gestores de três empresas nas respetivas unidades fabris. A análise dos resultados obtidos em ambos os métodos de recolha de dados sugerem que as práticas do campo de ação Make são, em média, as mais implementadas. Os resultados do inquérito mostraram que as empresas identificam duas motivações principais para a implementação de práticas de EC a “Sustentabilidade da empresa no longo prazo” e o “Aumento de prestigio”, e duas barreiras a “Complexidade e elevada carga administrativa” e a “Falta de apoio governamental”. No entanto, os resultados das entrevistas mostraram um consenso entre as três empresas que identificaram o “Apoio/interesse da rede de procura (clientes)” como principal motivação e a “Falta de capital” como a principal limitação. Constatou-se também que os resultados alcançados com a implementação podem ser positivos no desempenho das PMEs e que é viável apostar no sentido de uma maior adoção de práticas circulares.


Trabalho final de Mestrado