A INFLUÊNCIA DA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL E DA RESILIÊNCIA NO DESEMPENHO ESCOLAR DOS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS

O ingresso no ensino superior é visto como uma das transições mais importantes na vida de qualquer estudante, caracterizada por várias modificações ao nível pessoal e académico, onde uma má adaptação à nova realidade pode resultar em situações de insucesso. Em contraste, uma boa adaptação às novas exigências e situações decorrentes desta fase é preditiva de um bom desempenho académico por parte dos estudantes. Dois dos processos mais importantes para adaptação a novas situações ao nível psicológico, e com implicações no âmbito académico, são a Inteligência Emocional e a Resiliência. Assim, para a presente investigação colocou-se como objetivo geral analisar a influência da Inteligência Emocional e da Resiliência no desempenho escolar dos estudantes universitários. Para tal, desenvolveu-se um estudo exploratório de carácter quantitativo, com a aplicação de um questionário online a uma amostra de 233 estudantes, tendo como base o estudo sobre Emotional Skills and Competence Questionnaire (ESCQ) para medir a dimensão da Inteligência Emocional, e a Escala de Resiliência de Gail Wagnild para medir a dimensão da Resiliência. Deste modo, recorreu-se a medidas de estatística descritiva e estatística inferencial, nomeadamente, o Alfa de Cronbach, o coeficiente de correlação de Pearson e a Regressão Linear Múltipla. Constatamos através dos resultados que os estudantes são competentes, com autodisciplina, com perceção emocional, virados para a resolução de problemas e capazes de lidar com as suas próprias emoções. Relativamente às hipóteses estudadas, confirmamos a hipótese 4 e contestamos a hipótese 1. Todavia, confirmamos, mesmo que parcialmente, as hipóteses 2 e 3, uma vez que apenas um dos preditores era estatisticamente significativo. Com estes resultados concluímos que, apesar de nem todas as subdimensões da Inteligência Emocional e da Resiliência influenciarem diretamente o desempenho académico dos estudantes universitários, ambas as variáveis se encontram positivamente correlacionadas, destacando-se as subdimensões “Perceção Emocional” e “Autodisciplina” que revelaram serem preditores significativos do desempenho escolar.