Stress tecnológico e desempenho dos colaboradores numa empresa do setor energético: o papel da autoeficácia e do apoio organizacional, dos pares e do supervisor

No cenário atual, a rápida evolução da tecnologia tem transformado o modo como as empresas operam e os locais de trabalho. Para que a empresa se mantenha competitiva esta necessita de acompanhar as mudanças tecnológicas que vão surgindo. E, apesar de oferecer inúmeras vantagens, este processo também traz consequências negativas que afetam os colaboradores, nomeadamente o stress tecnológico. Este tipo de stress caracteriza-se pela incapacidade do colaborador lidar com as exigências que advêm da utilização da tecnologia no local de trabalho, e manifesta-se essencialmente quando o colaborador se sente sobrecarregado de informação, quando está em constante conectividade, quando tem dificuldade em compreender as novas mudanças, ou quando se sente inseguro em relação às suas competências e incerteza face às constantes mudanças tecnológicas. De entre os mecanismos para reduzir o stress tecnológico contam-se o apoio organizacional, dos pares e do supervisor, e o desenvolvimento de competências pessoais como a autoeficácia tecnológica. O objetivo desta investigação é analisar a relação entre stress tecnológico e desempenho dos colaboradores, e estudar o papel que a autoeficácia e o apoio organizacional, dos pares e do supervisor têm naquela relação. Para tal, foi realizado um estudo com uma metodologia quantitativa, mediante aplicação de questionário a uma amostra de 268 participantes de uma empresa do setor energético. Os resultados obtidos demonstram que existe uma relação negativa entre o stress tecnológico e o desempenho dos colaboradores, e que parte dessa relação é explicada pela autoeficácia tecnológica. Os dados revelaram ainda o papel do apoio do supervisor, o único dos vários tipos de apoio que demonstrou ter influência na mitigação do stress tecnológico sentido e por consequência no melhoramento do desempenho do colaborador.