LIDERANÇA FEMININA: ASPIRAÇÕES E COACHING EXECUTIVO.

Resultante da escassa literatura acerca do que pode concorrer a favor da Liderança Feminina, foi efetuado um estudo comparativo, dedicado às perceções de líderes executivas e administrativas, dos setores privado, público e regulador, acerca das aspirações de liderança e do coaching executivo, com recurso ao método qualitativo - entrevistas semiestruturadas e questionário, à abordagem grounded theory, e a uma amostra de 33 participantes, 18 do setor privado, 12 do público e 3 do regulador sendo, tanto quanto é do conhecimento da investigadora, o primeiro em Portugal. Os três setores privilegiam as aspirações de cariz intrínseco elegendo as referentes ao trabalho com impacto positivo nas pessoas e comunidade, aos desafios, à aprendizagem e à realização de funções motivantes. Quanto às aspirações extrínsecas destacaram a carreira e o poder de tomada de decisão. Os setores Público e Regulador assemelham-se pela necessidade de desafios e aprendizagens, a importância da carreira aproxima os setores Privado e Regulador, e o Privado é o que enfatiza as aspirações intrínsecas relacionadas com o exercício de funções motivadoras e o desenvolvimento das pessoas. A respeito do coaching executivo, a maioria não usufruiu de qualquer tipo de programa, porém, creem na utilidade dos mesmos. O estudo confirma o cariz motivador dos projetos desafiantes, da aprendizagem e da realização de funções apelativas, evidencia que a maioria das mulheres em cargos de liderança não têm acesso ao coaching executivo, ou outro prévio à ocupação dos cargos e indicia que, o aparente reduzido nível de aspirações de liderança, se deva a crenças negativas e erróneas acerca dos atributos e competências de liderança, e da associação de género à manifestação de ambição e de aspirações de liderança. As limitações, incluem disponibilidade de tempo, de participantes e de diversidade, como a etnicidade, a deficiência, outros setores da Administração Pública e empresas cotadas em bolsa.