Associação entre condições de trabalho e a felicidade dos trabalhadores – estudo de caso numa instituição pública

O conceito de felicidade do trabalho pode ser entendido segundo duas perspetivas – hedónica e eudaimónica. Ambas concordam que felicidade no trabalho é composta por fatores implícitos do próprio trabalho, como as exigências do trabalho, o controlo perante o trabalho dos trabalhadores e o suporte dos pares e líderes, bem como também os benefícios monetários que os trabalhadores auferem como retribuição do seu trabalho. Para além destas, também as características individuais de cada pessoa e a sua predisposição para o trabalho influenciam felicidade no trabalho. Face ao impacto que as condições de trabalho demonstram assumir, o presente estudo procurou sistematizar o que a literatura refere sobre a sua relação com felicidade no trabalho, através da aplicação de um estudo de caso, na Câmara Municipal de Alcobaça, com o objetivo de avaliar de que forma as condições de trabalho influenciam a felicidade dos trabalhadores num caso concreto, procurando responder a uma lacuna de estudos realizados em instituições públicas, sobre felicidade no trabalho em Portugal. Através do referencial teórico do modelo Job Demand - Control – Support, procurou-se determinar se as exigências do trabalho causam tensão e se podem diminuir ou intensificar felicidade no trabalho, dependendo do grau de controlo que o trabalhador tem sobre o seu trabalho e do apoio social disponível, tanto dos seus pares como supervisores, através da aplicação de um questionário. Como principais resultados, inferiu-se que as dimensões controlo e suporte assumem um efeito positivo na globalidade de felicidade no trabalho, capazes de balançar o efeito menos positivo da dimensão exigências. Ou seja, trabalhadores com maior controlo sobre as suas condições de trabalho e com maior apoio no trabalho apresentam maiores níveis de felicidade no trabalho.