Aluno: Joana Jacinto FÉlix Da Silva
Resumo
O perfecionismo é um fenómeno bastante prevalente nos atuais contextos laborais, fruto da meritocracia e competitividade experienciada, sentindo-se os indivíduos pressionados para o atingimento de elevados padrões de desempenho. Apesar da escassez de estudos sobre os efeitos do perfecionismo nas organizações, sabe-se que pode conduzir à procrastinação, quando os indivíduos sentem que não conseguem responder a esses elevados padrões. A procrastinação, por sua vez, influencia diversos resultados organizacionais, nomeadamente, o comportamento inovador e o bem-estar, fundamentais para a sustentabilidade das organizações.
O presente estudo tem como objetivo compreender o impacto do perfecionismo no comportamento inovador e no bem-estar no trabalho, bem como o papel mediador da procrastinação no trabalho nessas relações. Recorreu-se a um inquérito por questionário, tendo-se obtido uma amostra de 270 indivíduos. Testou-se um modelo de pesquisa com recurso à modelação de equações estruturais. Os resultados sugerem que os esforços perfecionistas têm um impacto positivo no comportamento inovador e no bem-estar no trabalho, como também um impacto negativo na procrastinação. Em contrapartida, as preocupações perfecionistas tendem a aumentar a procrastinação. Esta, por sua vez, reduz o bem-estar no trabalho, afetando o comportamento inovador. Organizações que pretendem melhorar o bem-estar e fomentar a inovação dos seus colaboradores, devem considerar promover práticas de recursos humanos que previnam a procrastinação no trabalho, em particular nos colaboradores que manifestem preocupações perfecionistas. Estas práticas são fulcrais nas posições de chefia, por serem mais suscetíveis à procrastinação quando demonstram este traço de personalidade, prejudicando o seu bem-estar e, consequentemente, o comportamento inovador.
Trabalho final de Mestrado