O Impacto da liderança transformacional e transacional no engagement no trabalho: Um comparativo entre os trabalhadores temporários e trababalhadores efetivos

Resumo Enquadramento: Como os estudos anteriores exploraram os impactos da liderança transformacional e transacional na atitude positiva dos trabalhadores e no desempenho no trabalho separadamente, considerou-se importante estudar as relações entre os estilos de liderança e o envolvimento dos trabalhadores temporários e efetivos no trabalho. Objetivos: Identificar as práticas de liderança utilizadas na organização; verificar em que medida os trabalhadores se encontram envolvidos com o seu trabalho; verificar se existem diferenças estatisticamente significativas de engagement entre os trabalhadores temporários e os trabalhadores efetivos; averiguar se o tipo de trabalho interfere na perceção que os trabalhadores têm acerca das práticas de liderança da organização; verificar se há relação entre a perceção sobre as práticas de liderança na organização e o engagement dos trabalhadores. Metodologia: Estudo quantitativo, descritivo e correlacional, com enfoque transversal. A amostra é do tipo probabilística, acidental e por conveniência, constituída por 82 trabalhadores, com predomínio dos que se encontram afetos a uma empresa de trabalho temporário (63,4%). O instrumento de recolha de dados contém um conjunto de questões de caracterização sociodemográfica e profissional (ad hoc), a escala Utrecht Work Engagement Scale (UWES-17) de Schaufeli e Bakker (2009), adaptada para português de Portugal por Teles et al. (2017) e o Questionário de Liderança Multifatorial (Multifactor Leadership Questionnaire - MLQ, 5X) de Avolio e Bass (1995), na versão de Dias (2007). Resultados: Existem interferências estatisticamente significativas na liderança transformacional e no perfil do líder, onde foram os trabalhadores efetivos que mais pontuaram. Não existem diferenças estatisticamente significativas entre o engagement no trabalho e o tipo de trabalho. Os valores da ordenação média revelam que os trabalhadores temporários revelam mais vigor, absorção e pontuaram mais no total do engagement. Os trabalhadores efetivos pontuaram mais na dedicação, podendo este aspeto ser percebido como um grande envolvimento com o seu trabalho. Constatam-se correlações moderadas a muito elevadas entre o tipo de liderança e as dimensões do engagement, sendo quase todas positivas e com diferenças estatisticamente significativas; correlações negativas entre a liderança laisser faire e as três dimensões do engagement.