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BEM-ESTAR DE PESSOAS TRANS NO LOCAL DE TRABALHO: O IMPACTO DAS ATITUDES DOS COLEGAS

Aluno: Ana LÚcia Da GraÇa Oliveira


Resumo
Dada a elevada taxa de suicídio da comunidade trans, torna-se particularmente importante investigar as variáveis associadas à melhoria dos seus níveis de bem-estar. O presente estudo propõe-se a investigar o impacto que as atitudes dos colegas de trabalho têm no bem-estar das pessoas trans. O instrumento utilizado resulta de adaptações realizadas a escalas validadas em estudos anteriores, incluindo escalas de atitudes sobre a comunidade trans e uma escala multidimensional do bem-estar. Considerando que os dados foram recolhidos durante o período de confinamento decorrente de Covid-19, optou-se por incluir também uma escala relativa ao medo da Covid-19 para analisar a possível influência deste contexto particular nos resultados. Foi obtida uma amostra de 78 pessoas trans, a quem foi solicitada a sua identificação em resposta aberta. As respostas incluem 25 homens, 22 homens trans, 8 mulheres, 6 mulheres trans, 6 trans, 6 pessoas não-binárias e 3 heterossexuais. Através da análise fatorial, foram identificadas três dimensões de atitudes dos colegas: orientação abertura, orientação binarismo de género e orientação patologia. A partir da análise de equações estruturais, verificou-se que a orientação abertura afeta positivamente as quatro dimensões de bem-estar, enquanto que a orientação patologia afeta negativamente as dimensões mais relacionadas com o bem-estar no local de trabalho (bem-estar social e bem-estar no trabalho). A orientação binarismo não está significativamente associada a nenhuma dimensão de bem-estar. O medo da Covid-19 afeta negativamente o bem-estar psicológico e modera a relação entre a orientação abertura e duas variáveis de bem-estar (psicológico e subjetivo).


Trabalho final de Mestrado