Aluno: Andreia Filipa Silva Manuel
Resumo
Dada a lacuna de estudos que retratem a gestão de carreiras em Serviço Social em Portugal, o presente trabalho procurou contribuir para a discussão do tema, analisando as perceções e expectativas dos assistentes sociais sobre o modo como as organizações gerem as suas carreiras e ainda as suas iniciativas individuais de desenvolvimento profissional.
Tendo em conta os objetivos exploratórios, adotou-se uma metodologia qualitativa, suportada em 26 entrevistas semi-diretivas a assistentes sociais que trabalham em diferentes organizações e áreas de intervenção.
Da análise das entrevistas, foi possível constatar que os assistentes sociais consideram relevante para a evolução na carreira o suporte organizacional e o desenvolvimento de planos de carreira que possibilitem a evolução profissional e salarial, apesar de a maioria não ter um plano de carreira definido pelas organizações onde trabalham. Sublinharam ainda a importância das práticas organizacionais, tais como: promover um bom ambiente de aprendizagem; escutar os colaboradores; garantir bons níveis remuneratórios; dar autonomia e boas condições/ferramentas de trabalho. A falta de tempo para investirem mais na sua carreira é uma das razões apontadas para as escassas iniciativas de desenvolvimento profissional.
Alguns assistentes sociais manifestaram a sua insatisfação com o não cumprimento das suas expectativas de carreira, no que respeita às possibilidades de progressão. Contudo, mais de metade consideram-se realizados na carreira devido ao conteúdo do trabalho que realizam, ao interesse e desafio dos projetos e ao reconhecimento por parte dos utentes. Esta satisfação profissional com aspetos intrínsecos da profissão decorre de algumas das suas motivações profissionais serem também intrínsecas.
Trabalho final de Mestrado