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Poder Médico e Identidade Profissional dos Enfermeiros ? Estratégias de Revalorização Profissional da Enfermagem

Aluno: JoÃo Manuel Cristeta Godinho Freire


Resumo
Estudar a enfermagem, implica conhecer os processos que contribuíram para a sua consolidação, tanto no plano académico como no plano profissional. A filiação institucional da enfermagem ao hospital constitui um dos traços estruturais marcantes para a configuração das diferentes ideologias de enfermagem e para o consequente desenvolvimento da sua identidade profissional. Advém dessa filiação, o compromisso com os fins e com as regras institucionais, despoletando uma tensão permanente no quadro ideológico da enfermagem, entre a orientação para o cuidar, inserida no papel psicossocial da enfermagem, e a orientação para a instituição, marcada pelo desempenho de funções de controlo e de manutenção dos serviços. Os processos de reconfiguração dos cuidados de saúde originaram o desenvolvimento da estrutura dos cuidados e da estrutura de cura, delimitando-se o campo específico da enfermagem e a sua integração no processo divisão social do trabalho. Nesse sentido, a posição dos diferentes grupos socio-profissionais neste processo, delimita formas de organização, decorrentes dos princípios de interdependência entre os vários indivíduos, e da partilha de tarefas num determinado campo de actividade. No plano das relações de poder, a dominância médica manifesta-se assim como o elemento central da divisão social do trabalho, assumindo o controlo e a avaliação do trabalho dos outros grupos sócio-profissionais que se articulam com o seu campo de actividade e que dependem directamente do seu saber. Esta investigação analisa a influência do poder médico nos processos de construção da identidade profissional da enfermagem e as estratégias de revalorização profissional adoptadas para a defesa da sua autonomia.


Trabalho final de Mestrado