Aluno: InÊs Maria Ribeiro
Resumo
A COVID-19 trouxe consigo a aceleração digital que culminou na utilização massiva de plataformas digitais para diversas atividades do dia-a-dia (e.g., trabalho, ensino, comércio) que aumentaram a sobrecarga de trabalho dos profissionais de Tecnologias da Informação (TI). Por sua vez, o trabalho remoto e o sentimento de incerteza levaram à redução do desempenho e bem-estar dos colaboradores mais conscienciosos. O objetivo da presente dissertação é compreender o impacto da sobrecarga de trabalho e da conscienciosidade no bem-estar e desempenho dos profissionais de TI. Tendo por base um inquérito por questionário aplicado a uma amostra de 144 repostas de profissionais de TI foi testado um modelo teórico utilizando o Partial Least Squares (PLS). Os resultados obtidos demonstram que a sobrecarga de trabalho exerce um efeito negativo e significativo em todas as variáveis relacionadas com o bem-estar (satisfação com a vida, equilíbrio trabalho-vida e afastamento psicológico). O equilíbrio trabalho-vida apresenta um efeito mediador entre a sobrecarga de trabalho e o bem-estar. Constatou-se ainda que: i) o impacto da sobrecarga no equilíbrio trabalho-vida é mais forte nos homens; ii) o equilíbrio trabalho-vida é superior nos solteiros/divorciados/separados e com idade igual ou inferior a 30 anos. Em contrapartida, a relação entre o equilíbrio trabalho-vida e o bem- estar é mais forte para os casados/em união de facto. Relativamente à conscienciosidade verificou-se o seu impacto positivo e significativo no bem-estar e no desempenho nas tarefas. Adicionalmente, constatou-se que os trabalhadores em regime presencial apresentavam níveis superiores de conscienciosidade. São ainda apresentadas implicações teóricas e práticas dos resultados obtidos.
Trabalho final de Mestrado