-Fatores influenciadores da adopção de dietas baseadas em plantas

A adoção de dietas baseadas em plantas tem vindo a aumentar em popularidade ao longo dos últimos anos devido a problemas de destruição ambiental e tratamento injusto animal, relacionados diretamente com a produção de produtos de origem animal, da sociedade do século XXI. Como principais causas dessa adoção estão sensações negativas, de culpa e vergonha, resultantes de influência social, e benefícios individuais, como uma identidade social positiva. A presente dissertação estuda o comportamento de adoção de uma dieta baseada em plantas como um ciclo, em que os indivíduos que são influenciados a adotar uma dieta baseada em plantas serão também aqueles que irão influenciar outros a fazer o mesmo. Para isso, cria-se o termo influência social alimentar (ISA), para referir influência social neste contexto específico, analisa-se o papel da autoestima individual, e da ISA, na vulnerabilidade, ou facilidade para entrar neste ciclo comportamental, e, ainda, nos seus papéis quanto à continuidade do ciclo. Foram realizadas duas fases de recolha de dados. Uma qualitativa, em que foram conduzidas quatro entrevistas individuais em profundidade, presenciais e online, a indivíduos com diferenças a nível de escolha de dieta, sexo e idade, e outra quantitativa, através de um inquérito online. Este estudo permite concluir que: (1) a baixa autoestima individual é um fator determinante na adoção de dietas baseadas em plantas, estando diretamente relacionada com uma maior facilidade para sentir culpa e vergonha relativamente às consequências negativas nos animais e no ambiente, provenientes da produção de produtos de origem animal; (2) a adoção de uma dieta baseada em plantas provoca um aumento de autoestima individual, aumentando, por isso, o bem-estar do indivíduo que altera os seus hábitos alimentares; (3) a Influência Social Alimentar é um fenómeno relevante na sociedade atual, uma vez que cada vez mais indivíduos são expostos às suas mensagens de promoção de dietas baseadas em plantas, nos seus ambientes físicos e digitais; (4) é estabelecido um ciclo comportamental.