Aluno: Pedro Manuel SimÕes Fernandes
Resumo
A maior consciencialização da população sobre a necessidade de diminuir o consumo de carne é uma realidade dos dias de hoje. A indústria pecuária gera cerca de 14,5% das emissões de gases responsáveis pelo efeito de estufa, sendo atualmente o segundo maior emissor dos gases responsáveis por este fenómeno e, por inerência, um dos principais causadores das alterações climáticas. Adicionalmente, a causa do bem-estar animal e a relação do consumo excessivo de carne a doenças crónico-degenerativas são alguns dos exemplos que têm levado a mudanças no comportamento de alguns consumidores em relação ao consumo de carne. Neste estudo, motivações para o consumo de carne foram investigadas em omnívoros que reduzem significativamente o consumo de carne, mais conhecidos como semi-vegetarianos.
Este estudo, que teve lugar em Portugal, utilizou uma abordagem quantitativa, obtendo, através de um questionário online e autoadministrado, uma amostra de 442 semi-vegetarianos com o objetivo de avaliar como as motivações relacionadas com a saúde, o prazer associado ao consumo de carne (hedónico), aspectos sociais, o ambiente e o bem-estar animal, influenciam a frequência do consumo de carne.
Os resultados sugerem que a frequência do consumo de carne em semi-vegetarianos é melhor explicada por motivações hedónicas (impacto positivo no consumo de carne) e por motivações relacionadas com a saúde (impacto negativo no consumo de carne). Motivações relacionadas com a causa ambiental e a causa animal não parecem ser relevantes para explicar a frequência de consumo de carne neste estudo.
Trabalho final de Mestrado