PROCESSO DE ADOÇÃO DO COPO MENSTRUAL E RISCOS PERCECIONADOS

Os últimos anos têm sido caraterizados por uma maior abertura para abordar temas considerados tabu, como é o caso da menstruação. Contudo, ainda há pouca informação sobre o copo menstrual, apesar de ser considerado um produto confortável, seguro e higiénico. O copo é também considerado como um produto sustentável, amigo do ambiente, o que contrasta com as alternativas descartáveis (e.g., pensos e tampões) que têm forte impacto negativo no ambiente, não só para a sua produção, mas também no descarte. Apesar destas constatações, ainda há muito por desmistificar sobre este dispositivo, nomeadamente o processo de adoção do copo menstrual e riscos associados percecionados pelas mulheres. Desta forma, a presente investigação tem como objetivo responder à questão: “Como as características do copo menstrual e os riscos percecionados afetam o processo da sua adoção?” Este dispositivo já existe há vários anos, contudo só agora começa a ganhar notoriedade visto a menstruação ser um tema de abordagem mais fácil nos dias de hoje. Foram investigadas (1) as características do copo menstrual que afetam a sua adoção, de acordo com Rogers (1983), e (2) os riscos associados a essa adoção na perspetiva das utilizadoras. De modo a aprofundar o tema, foi adotada uma abordagem qualitativa de natureza exploratória e interpretativa, recorrendo a uma das técnicas mais utilizadas no estudo do comportamento do consumidor, as entrevistas em profundidade. Foram entrevistadas seis mulheres que à data se encontram em idade fértil e que usam ou tenham usado o dispositivo de recolha de menstruação. Os resultados desta investigação demonstram que as vantagens relativas, a compatibilidade, e a complexidade são as características que mais influenciam o processo de adoção do copo menstrual, e o risco financeiro é o risco mais fortemente percecionado pelas utilizadoras.