Aluno: Ana Rita Oliveira Dos Santos
Resumo
Os pacientes internados no hospital com um prolongamento da alta hospitalar por razões não clínicas têm sido um tema importante no contexto da sustentabilidade dos sistemas nacionais de saúde. Na primeira parte é apresentada uma revisão da literatura na definição e perfil internacional destes pacientes. A segunda parte explora a situação portuguesa utilizando dados de 2015 referentes a meio milhão de pacientes em Portugal Continental. A terceira parte consiste na estimação de um modelo da Binomial Negativa para identificar as diferenças no tempo de internamento entre um paciente Caso Social e um Não Social. Da revisão da literatura realizada, constata-se que não existe uma definição única universal de Casos Sociais. Estes pacientes representam uma população de idade avançada, com diversas comorbilidades, apresentando estado de fragilidade e dependência, muitas vezes vivendo sozinhos ou em instituições residenciais. O prolongamento de alta destes pacientes está associado a fatores organizativos, socioeconómicos e clínicos. O perfil do Caso Social português é semelhante ao perfil internacional. Estima-se que a nível nacional correspondam a 3% dos pacientes internados. Em 2015, 50% destes pacientes concentra-se em Lisboa e as principais causas associadas prendem-se a falta de cuidador informal e o facto de o paciente viver sozinho. Os resultados do modelo confirmam que os Casos Sociais tendem a ter um tempo de internamento superior aos casos não sociais, mas a diferença é reduzida. Pode ser de interesse uma análise mais detalhada para pacientes outliers com mais de 30 dias de internamento onde a incidência de Casos Sociais é maior.
Trabalho final de Mestrado